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Crise das Big Techs: o que está por trás da onda de demissões?

A crise, que não passa de uma questão de oferta e demanda, é mais uma das consequências do pós pandemia.

Crise das Big Techs: o que está por trás da onda de demissões?
Empresas anunciaram, juntas, a demissão de quase 60 mil funcionários (Crédito: Canva Fotos)

A qualificação vinha sendo essencial e uma garantia de emprego na nova ordem mundial, mas as Big Techs, grandes empresas de tecnologia, chacoalharam o mercado de trabalho com o anúncio de demissões em massa desde o final do ano passado. Juntas, Amazon, Google, Meta, Microsoft, Twitter e na última semana Spotify, IBM e SAP anunciaram, juntas, a demissão de quase 60 mil funcionários.

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Todas, ao mesmo tempo e em grande quantidade. Estas foram as características que permitiram classificar o processo de baixa de empregados de Crise das Big Techs. Mas será mesmo uma crise? O que está por trás da onda de demissões?

O especialista em Tecnologia e Inovação, Arthur Igreja, explica que o período da pandemia de Covid-19 foi favorável para essas empresas. “Nós tivemos uma hiper digitalização ao longo 2020 e 2021, um crescimento na adoção dessas ferramentas e as empresas de tecnologia tiveram uma grande valorização na bolsa, todas elas na casa de 200%”.

O aumento da demanda pelos serviços, também criou a necessidade de aumentar a força de serviço. Ainda segundo o especialista, algumas empresas chegaram a aumentar seu quadro de funcionários em mais de 35%. Depois do fim da período pandêmico e a volta ao normal em certo grau, essas ferramentas deixaram de ser usadas com a mesma frequência e causaram a reviravolta do mercado que estamos acompanhando agora.

“Elas cresceram rápido demais, contrataram muito, o capital está muito caro, e as premissas que elas tiveram durante a pandemia não se comprovaram depois”, explica o especialista. “Ainda veio a inflação, e para controlar os bancos centrais tiveram que aumentar as taxas de juros, o que provoca um aumento do custo do dinheiro. Ou seja, o mercado passa a demandar empresas mais enxutas e mais eficientes.”

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O que se entende é que a crise das Big Techs, portanto, não passa de um processo de oferta e demanda. Enquanto houve procura, foi interessante manter os funcionários, mas quando acabou levou com ela os empregos de milhares de pessoas. Para os investidores, pode ser bom. Para os consumidores as consequências, apesar de pequenas, podem não ser tão favoráveis assim.

Arthur Igreja diz que quem tem ações nas empresas pode ter um aumento dos lucros. “Houve uma pequena correção para cima. Vai depender do momento em que a pessoa comprou a ação, do horizonte de investimento dela, mas no curto prazo os lucros podem aumentar”. Para o consumidor, a assistência das plataformas pode ter uma redução na qualidade, assim como podem enfrentar mais lentidão no lançamento de recursos e inovações.

A tendência de demissões pode se manter ao longo de 2023. “Eu não ficaria surpreso se continuasse”, opina o especialista. “No caso do Spotify, quando foram anunciadas as demissões as ações subiram. Ou seja, cria uma sinalização para os CEOs, para o time de gestão, que o mercado está vendo isso como uma coisa boa.”

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Igreja ainda deixa uma possível previsão: “Veremos mais e mais essa busca por eficiência. Ela [empresa] passa por fazer mais com menos recursos e menos pessoas.”

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