RIO DE JANEIRO

PEC das Praias: manifestantes protestam em Ipanema

Ativistas argumentam que a proposta de privatização não só restringe o acesso do público a bens comuns, mas também agrava os impactos dos fenômenos climáticos extremos

PEC das Praias: manifestantes protestam em Ipanema
Manifestantes protestam em Ipanema – Créditos: Reprodução/X

Neste domingo (9), manifestantes se reuniram em Ipanema, no Rio de Janeiro, para protestar contra a PEC das Praias e em defesa da manutenção das praias brasileiras como patrimônio público, sob domínio da União.

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Eles argumentam que a proposta de privatização das orlas, visando construir complexos turísticos, não só restringe o acesso do público a bens comuns, mas também agrava os impactos dos fenômenos climáticos extremos.

O deputado estadual Carlos Minc (PSB), organizador do evento, destacou que já existem praias com acesso restrito no Brasil, reservadas apenas para moradores ou hóspedes de determinados condomínios.

 

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O que diz a PEC das Praias?

Atualmente, as praias brasileiras, com seus mais de 7.500 km de extensão, são consideradas terrenos de marinha e pertencem à União. Isso significa que, por lei, todo cidadão tem direito de acesso ao mar.

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Mesmo que os moradores que ocupam essas áreas paguem uma taxa anual à União (chamada de foro e laudêmio) e tenham posse do imóvel, as áreas litorâneas, incluindo as praias, são públicas e não podem ser fechadas.

A PEC propõe transferir a posse integral dos terrenos de marinha para estados, municípios ou até mesmo para os atuais ocupantes. Isso significa que, se a proposta for aprovada, quem estiver ocupando a área da praia poderá se tornar o dono dela, podendo inclusive transformá-la em espaço privado.

Outras dúvidas e polêmicas

A PEC vai de encontro ao princípio da indisponibilidade dos bens públicos, que assegura que o patrimônio da União não seja vendido ou doado a particulares. A aprovação da proposta pode abrir brechas para a privatização de áreas de praia, contrariando a ideia de que esses espaços pertencem a todos os cidadãos.

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Além disso, a transferência das áreas de praia para o setor privado pode levar à exploração desenfreada do litoral. A construção desenfreada de hotéis, condomínios e outros empreendimentos privados pode gerar impactos negativos no meio ambiente, como a destruição de ecossistemas costeiros, o aumento da poluição e a intensificação da erosão.

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