Olaf Scholz, atual chanceler alemão, disse nesta segunda-feira (7) que a Rússia “pagará um preço alto” se atacar a Ucrânia. A afirmação foi feita em entrevista coletiva durante a visita de Olaf à Casa Branca, nos Estados Unidos.
O chanceler está nos EUA para um encontro com o presidente americano Joe Biden sobre a crise na Ucrânia. Esta é a primeira visita oficial do novo líder alemão ao país.
“Estamos nos preparando para, se houver uma invasão, agir rápida e decisivamente, além claro, de uniformemente”, disse Olaf.
Já em Kiev, capital da Ucrânia, a ministra de relações exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (7) ao lado de Dmytro Kuleba, ministro de mesmo cargo na Ucrânia.
Baerbock declarou que a Alemanha irá conceder apoio inequívoco aos ucranianos. “Estamos com a Ucrânia”, disse Baerbock. “Ninguém conseguirá criar uma barreira entre nós”, disse ela, acrescentando: “Caro Dmytro, você sabe que pode contar com a Alemanha”.
Em seu twitter, Joe Biden disse que estava ansioso para receber o chanceler na Casa Branca. ”Estou ansioso para receber o chanceler alemão Olaf Scholz na Casa Branca esta tarde. Estamos trabalhando juntos para apoiar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e estamos comprometidos em progredir no COVID-19, mudanças climáticas e muito mais”, escreveu Biden.
I look forward to welcoming German Chancellor Olaf Scholz to the White House this afternoon. We’re working together to support Ukraine’s sovereignty and territorial integrity, and we’re committed to making progress on COVID-19, climate change, and more.
— President Biden (@POTUS) February 7, 2022
Entraves econômicos entre Alemanha e Rússia
A Alemanha vem sendo bastante criticada por não ter tomado uma posição certeira em relação às tensões entre Rússia e Ucrânia.
A jornalista Sandra Cohen analisa essa contenção alemã como um possível entrave na solução do caso. “A Alemanha é o maior comprador mundial do gás russo: recebe do país mais da metade de suas importações, em comparação à média de 40% dos demais países da União Europeia. Isso explica, por exemplo, a oposição de Berlin ao envio de armas da Estônia para a Ucrânia”, afirmou Cohen.
A relação entre a Rússia e a Alemanha foi fortalecida pela criação do gasoduto Nord Stream 2. A construção deve aumentar o fluxo de gás natural que chega até a Alemanha partindo da Rússia. Contudo, o conselho da OTAN acredita que a desistência do projeto pode se tornar uma sanção russa caso Putin decida invadir a Ucrânia.