direitos reprodutivos

Suprema Corte dos EUA mantém acesso a pílulas abortivas

Grupos ultraconservadores tentaram processar agência reguladora governamental por vender mifepristona, utilizada para interromper gestações de até dez semanas

abortivas
Suprema Corte dos EUA rejeitou pedido de ultraconservadores que defendem proibição de pílulas abortivas – Créditos: Canva

A Suprema Corte dos Estados Unidos manteve o acesso da população a pílulas abortivas. A decisão foi tomada por unanimidade nesta quinta-feira (13).

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Grupos antiaborto instauraram um processo formal para impedir que o produto fosse vendido. A resposta da corte norte-americana, que é majoritariamente formada por juízes conservadores, encerra as discussões sobre o medicamento. De acordo com um levantamento do governo dos EUA, seis a cada dez abortos foram realizados no país através das pílulas abortivas.

A agência governamental que regulamenta medicamentos no país, a FDA, recomenda o uso da mifepristona para interromper gestações de até dez semanas. O medicamento pode ser comprado por telefone e por e-mail, sem necessidade de uma consulta médica presencial. Grupos ultraconservadores protestavam especificamente contra esse produto.

O parecer emitido nesta quinta-feira rejeita os processos que ativistas contra o aborto estavam organizando. A justificativa é de autoria do juiz Brett Kavanaugh, que enfatizou os limites estipulados pela Constituição dos Estados Unidos. “Nos termos do Artigo III da Constituição, o desejo de um demandante de tornar uma droga menos disponível para outros não estabelece legitimidade para processar”, escreveu. Kavanaugh entendeu que os ativistas estavam tentando limitar a prescrição médica e o recebimento da droga.

Reconhecemos que muitos cidadãos, incluindo os médicos demandantes aqui, têm preocupações sinceras e objeções a outros que usam mifepristona e realizam abortos. Mas os cidadãos e os médicos não têm legitimidade para processar simplesmente porque outros estão autorizados a envolver-se em certas atividades – pelo menos sem que os demandantes demonstrem como seriam prejudicados pela suposta sub-regulamentação de outros por parte do governo.”

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Esta foi primeira decisão da Suprema Corte dos EUA sobre o direito ao aborto desde 2022, quando os juízes derrubaram o caso de “Roe contra Wade”, que garantia o acesso à interrupção da gravidez no país desde os anos 1970.

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