RISCOS

Excesso e falta de sono podem contribuir para risco de demência

As doenças neurodegenerativas são mais prevalentes em pessoas com má qualidade de sono, principalmente nos maiores de 60 anos

As doenças neurodegenerativas são mais prevalentes em pessoas com má qualidade de sono, principalmente nos maiores de 60 anos.
A quantidade e qualidade do sono está associado à saúde cerebral – Créditos: Canva

Tanto a falta quanto o excesso de sono podem estar conectados com aumentos no risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer ou a demência. Mas, o que exatamente a ciência nos diz sobre isso?

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Antes de entrar nos detalhes, é essencial entender que o sono não é apenas um período de descanso para o corpo, mas também um momento crítico para a saúde cerebral. Durante este período, processos importantes ocorrem, como a eliminação de toxinas que se acumulam ao longo do dia.

O cérebro utiliza o período de sono para realizar uma espécie de limpeza, removendo proteínas como a amiloide, que está associada à doença de Alzheimer. Este processo é vital porque, durante as horas acordadas, essas proteínas se acumulam e podem formar placas que são prejudiciais ao cérebro. Portanto, dormir por períodos adequados permite que o cérebro execute essa limpeza essencial.

Estudos sugerem que adultos devem buscar dormir entre sete e nove horas por noite para manter a saúde cerebral ideal. Especialmente a partir dos 40 ou 50 anos, essa prática se torna ainda mais crucial. A disciplina no padrão de sono pode prevenir o início precoce de sintomas de demência ou Alzheimer, segundo especialistas.

Pode a falta de sono desencadear demência?

Não é definitivo que a falta de sono cause demência por si só, mas ela está certamente ligada a um risco aumentado de desenvolvimento da doença. Pessoas que dormem menos de seis horas por noite podem não dar ao cérebro tempo suficiente para se livrar das proteínas amiloides, o que potencialmente leva ao acúmulo das mesmas. Esse acúmulo é uma característica conhecida nos pacientes de Alzheimer.

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Segundo Sudha Seshadri, diretora do Instituto Glenn Biggs de Alzheimer e Neurodivergências, a falta de sono deve ser vista como um importante fator de risco para a demência. Distúrbios como a apneia do sono também intensificam esse risco, pois afetam diretamente a qualidade do sono e podem limitar a quantidade de oxigênio que chega ao cérebro, aumentando a inflamação e danificando tecidos cerebrais.

Por outro lado, dormir demais também não é recomendável. Regularmente dormir por mais de nove horas por noite pode ser indicativo de má qualidade do sono ou de outros problemas de saúde subjacentes que também aumentam o risco de demência. Comorbidades como depressão ou diabetes são frequentemente associadas a um risco aumentado de declínios cognitivos.

Além de que, uma pessoa que está desenvolvendo Alzheimer podem apresentar problemas para dormir antes mesmo da perda de memória, já que as primeiras áreas do cérebro afetadas pela doença são aquelas que ajudam a regular o sono e os ritmos circadianos.

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