O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou significativamente sua presença nas campanhas eleitorais do segundo turno das eleições municipais no Brasil. Após críticas pela pouca participação no primeiro turno, Lula decidiu adotar uma postura mais ativa, unindo agendas oficiais do governo a atos de campanha de seus aliados políticos.
Em um recente comício realizado em Camaçari, na Bahia, Lula destacou a importância das alianças entre partidos de esquerda, elogiando a escolha do ex-prefeito Luiz Caetano, do Partido dos Trabalhadores (PT), que disputa o segundo turno com uma mulher negra e pastora como vice. Durante o evento, Lula reafirmou seu orgulho pela união entre os partidos, definindo-a como “extraordinária”.
“Eu fico muito orgulhoso de ver o Caetano arrumar uma vice, uma mulher negra, uma pastora. Não tem nada mais extraordinário do que essa união de dois partidos de esquerda. A gente não tem medo de dizer que a gente é de esquerda porque ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo. Ninguém”, disse.
Lula: religião e críticas a Bolsonaro em discurso
O presidente usou referências religiosas para criticar Jair Bolsonaro, argumentando que o comportamento do ex-mandatário não reflete uma verdadeira crença em Deus. “Ele não acredita em Deus e não acredita em Deus porque o comportamento dele é de quem não acredita”.
A aprovação de Lula entre os eleitores evangélicos sofreu uma queda, atingindo 41%, enquanto a reprovação subiu para 55%. No entanto, essa mudança de tendência ocorre em um cenário político complexo. Neste sentido, o presidente busca consolidar apoios diversificados e a religião torna-se o foco dos discursos.
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Defesa de Dilma Rousseff
Durante seu discurso na Bahia, Lula defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff. Além disso, criticou duramente o que ele chama de “machos do país” por não aceitarem uma mulher na presidência. Ele alegou que Dilma foi alvo de um impeachment injusto e que a Operação Lava Jato foi uma criação política para afastá-lo das eleições.
“Eu entreguei a Presidência da República a uma companheira mulher pela primeira vez na história desse país. E pelo fato de uma mulher ter governado esse pais, que foi a companheira Dilma, os machos desse pais, não tendo respeito por uma mulher — que quando menina de 20 anos de idade, foi presa e torturada, com choque em tudo que é lugar —, assumiu a Presidência da República para dar continuidade ao governo que nós vínhamos fazendo, eles não tiveram dúvida”, disse Lula.