FLORESTA TROPICAL

Amazônia tem desmatamento recorde em 15 anos, aponta Imazon

No acumulado dos últimos quatro anos a área derrubada atingiu 35 mil km², número superior ao território do estado de Alagoas

Amazônia tem desmatamento recorde em 15 anos, aponta Imazon
Pará, Amazonas e Mato Grosso foram os estados campeões em desmatamento (Crédito: Canva Fotos)

O desmatamento na Amazônia em 2022 foi o mais alto que se tem registro em 15 anos. O alerta é do monitoramento realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Entre janeiro e dezembro, foram devastados 10.573 km² , área equivalente à derrubada de quase três mil campos de futebol por dia de floresta.

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O ano passado também registrou o quinto recorde anual seguido de desmatamento. No acumulado do último quadriênio (2019-2022), o índice chegou aos 35.193 km² — área superior a dos estados de Sergipe (21 mil km²) e Alagoas (27 mil km²).

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, tem enfatizado o compromisso com a política ambiental e com o desmatamento zero no bioma. Ela também anunciou, em razão dos números alarmantes da devastação ambiental, a criação de uma secretaria para frear a derrubada das florestas.

A pesquisadora do Imazon, Bianca Santos, afirmou esperar que o recorde de desmatamento de 2022 seja o último a ser reportado. “O novo governo tem prometido dar prioridade à proteção da Amazônia. Mas, para que isso aconteça, é preciso que a gestão busque a máxima efetividade nas medidas de combate à devastação, como algumas já anunciadas de volta da demarcação de terras indígenas, de reestruturação dos órgãos de fiscalização e de incentivo à geração de renda com a floresta em pé”, avaliou em entrevista ao G1.

Campeões de desmatamento

Pará (3.874 km²), Amazonas (2.575 km²) e Mato Grosso (1.604 km²) seguem nas primeiras colocações do pódio de desmatamento desde 2019. Dados do Imazon apontam que Amazonas e Mato Grosso foram os únicos estados que tiveram aumento na destruição em relação a 2021, computando tanto áreas federais quanto as estaduais. Os dois estados foram os responsáveis pela contabilidade em alta na Amazônia. No Amazonas a derrubada foi 24% maior que no ano de 2021, recorde entre as unidades da federação.

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“Estamos alertando sobre o crescimento do desmatamento na Amacro pelo menos desde 2019, porém não foram adotadas políticas públicas eficientes de combate à derrubada na região, assim como em toda a Amazônia, resultando nesses altos números de destruição em 2022”, relata Carlos Souza Junior, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do instituto. A região Amacro é a tríplice divisa que compõe os múnicípios entre os estados do Amazonas, Acre e Rondônia.

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