A inflação dos alimentos está presente no orçamento do brasileiro. O custo da comida subiu para 13,4%, em 12 meses, até o mês de agosto. Essa foi a segunda maior alta dentre os grupos da inflação do país, perdendo apenas penas para vestuários, com alta de 17,4%.
Para especialistas, o cenário poderia ser ajudado com a formação de estoques públicos de alimentos. Segundo o portal g1, a ideia é que o governo compre e depois venda esses produtos para comercialização, incentivando o aumento da oferta dos alimentos e, portanto, a queda de preços da comida.
No Brasil, os estoques existem, no entanto, estão praticamente vazios e focados em atender os produtores quando o valor dos produtos agrícolas no mercado fica abaixo de um preço mínimo fixado pelo governo. Nesses casos, a Companhia Nacional de Abastecimento, órgão do Ministério da Agricultura, compra os alimentos para evitar que os agricultores tenham prejuízos.
Para alguns especialistas, é possível que os estoques auxiliem tanto no socorro a produtores, quanto no combate à inflação. Os estoques seriam usados em momentos de baixa oferta de determinados produtos e alta nos preços, diz Izete Bagolin, doutora em economia, professora e pesquisadora da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Já para José Guilherme, economista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), há alguns desafios para que isso ocorra. “Se o governo baixar o produto in natura [sem beneficiamento], quem me garante que o produto no supermercado vai estar mais barato? […] Algum intermediário pode embolsar essas diferenças (entre o preço vendido pelo governo e para a população)”, afirma José.
INFLAÇÃO da Cesta Básica diminui em agosto
O preço dos alimentos da cesta básica, como arroz, feijão, tomate e leite, tiveram uma redução no último mês. A inflação anual, porém, continua alta.#Agronegócio #Mercado #Economia pic.twitter.com/R5RAW240V5
— Rádio Bandeirantes (@RBandeirantes) September 26, 2022