prejuízo aos produtores rurais

País registra déficit de 118,5 mi/ton. na armazenagem de grãos

Segundo setor, volume anual de recursos deveria ser de pelo menos R$ 15 bilhões em investimentos

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(Crédito: Juliano Ribeiro/Governo do Tocantins)

O Brasil tem um déficit de armazenamento previsto para a safra de grãos 2022/23 de 118,5 milhões de toneladas. A afirmação é do presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos (CSEAG) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Paulo Bertolini.

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“A capacidade estática de armazenagem de grãos é de 194 milhões de toneladas, frente a uma produção prevista para o Brasil de 312,5 milhões de toneladas de grãos”, comenta ao Canal Rural.

Segundo Bertolini, a capacidade de armazenagem no Brasil cresce, a cada ano, em 4,8 milhões de toneladas, bem abaixo do ritmo observado na produção de grãos, que avança ao redor de 9,4 milhões de toneladas.

“Com isso, segundo a Abimaq, o déficit em armazenagem de grãos no Brasil aumenta em cinco milhões de toneladas a cada ano”, destaca.

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Silo de armazenagem de grãos (Crédito: Claudio Neves/Portos do Paraná)

Investimentos

A tendência da agricultura é continuar crescendo e pode trazer prejuízo aos produtores rurais. Segundo o especialista, para sanar o problema, o volume anual de investimentos para armazenagem deveria ser de pelo menos R$ 15 bilhões.

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“O volume de recursos que será disponibilizado pelo governo federal no Plano Safra 2023/24, de R$ 6,5 bilhões, é positivo, embora, na prática, haja uma burocracia muito grande, o que acaba inviabilizando o acesso pelo produtor a esses recursos para a realização de investimentos. Nós precisamos investir no mínimo R$15 bilhões de reais todos os anos em novos silos, isso somente para acompanhar o ritmo de crescimento da agricultura de grãos no Brasil, não é nem pra reduzir o déficit”, , conclui Bertolini.

Outra questão é onde devem ser construídos esses silos. Para Bertolini, o ideal é que a armazenagem seja o mais perto possível da produção.

“Aqui no Brasil nós só temos 15% da nossa capacidade estática que está dentro das fazendas, é muito pouco. E isso causa desperdício, prejuízo, perda de renda, destruição de estrada, porque concentra todo o movimento de transporte no pico da safra e não cadenciado ao longo do ano, se tivesse armazém, há um prejuízo geral para todo mundo” , ponderou.

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