pontos de incêndio

Amazônia bate novo recorde de queimadas

Número registrado pelo Inpe em 24 horas supera o “dia do fogo” em 2019

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Amazônia bate novo recorde de focos de incêndio em 24 horas – Créditos: Reprodução/Ibama

A Amazônia brasileira atingiu um novo recorde de queimadas em 24 horas, de acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Entre 21h de terça-feira (27) e 20h59 desta quarta (28), foram registrados 2.433 pontos de fogo. A quantidade equivale a mais de 100 por hora. O Inpe realiza suas medições diárias a partir do horário GMT, que é três horas a frente do fuso de Brasília.

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A quantidade de incêndios foi maior que a do “dia do fogo”, em 11 de agosto de 2019. Uma ação conjunta de produtores rurais, comerciantes e grileiros em Novo Progresso (PA) resultou em 2.366 focos diferentes de incêndios florestais. O intuito das queimadas era demonstrar apoio ao então presidente Jair Bolsonaro, que vinha sendo cobrado pelo aumento de incêndios da Amazônia. Cinco anos depois, nenhum dos responsáveis foi punido.

Queimadas não são exclusivamente ilegais, e podem ser utilizadas por fazendeiros e grileiros para remover a vegetação nativa e gerar espaço para o pasto e a pecuária. Entretanto, conforme dados do Inpe, o Pará registrou 10.185 incêndio naquele mês, valor 290% mais alto que o mês anterior. Cinco anos depois, nenhum dos responsáveis foi punido.

Agosto de 2024

Satélites de monitoramento do fogo registraram uma mancha de monóxido de carbono com mais de 500 quilômetros de extensão. O território das queimadas inclui a Amazônia da Bolívia e os estados de Rondônia, Mato Grosso e Amazonas.

Desde o último final de semana, o Brasil notificou incêndios acima do normal no Pantanal, Amazônia e interior de São Paulo.

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No caso da Amazônia brasileira, o mês de agosto conta com 31.130 focos de calor no total. É o maior número desde 2022, quando houve 33.116 pontos diferentes. Porém, por causa da média dos próximos dias, 2024 deve s tornar o ano com mais queimadas desde 2010 – superando o recorde de 45.018 focos.

Seca histórica na Amazônia

Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil, o número de queimadas tem a ver também com uma seca histórica nos rios.

“Quando olhamos anos precedentes, 2023 teve uma seca grande na Amazônia e, quando começa o ano de 2024, os rios não retomaram os níveis de normalidade. Agora a gente se aproxima dessa época seca, e temos esse aumento de queimadas. Isso é muito preocupante”, disse, em entrevista ao UOL.

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Correa destaca o efeito de “retroalimentação das mudanças climáticas“. Por isso, a seca e as queimadas devem ser tratadas como um problema nacional. “A gente tem observado o fogo para além, no Cerrado, no Pantanal. As queimadas de 2024 atingem números acima da média e impressionantes. Isso tem contribuído para a situação de péssima qualidade do ar inclusive nas áreas urbanas”.

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