
Dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (14 de junho), revelam um retrato preocupante: 2,4 milhões de endereços em ruas e outras vias públicas do Brasil ainda não possuem nome. Essa realidade impacta diretamente a vida de milhões de pessoas, dificultando o acesso a serviços essenciais, a entrega de correspondências e até mesmo a formulação de políticas públicas.
Nordeste e Sudeste lideram o problema
Mais da metade (57,9%) dos endereços sem nome estão concentrados no Nordeste, com a Bahia liderando o ranking regional, com 293 mil casos. O Sudeste vem em segundo lugar, com 453 mil registros nessa situação. As demais regiões apresentam os seguintes números: Norte (8%), Sul (9,6%) e Centro-Oeste (5,7%).
(1/2) O #IBGE divulgou hoje a versão completa do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (#CNEFE), que traz microdados com os principais atributos dos 106.814.877 endereços do país. + https://t.co/FXNOO1BqMw pic.twitter.com/0BBEq8oVld
— IBGE Comunica (@ibgecomunica) June 14, 2024
Impactos vão além da falta de nome nas ruas
As consequências da falta de identificação urbana vão além da dificuldade de encontrar um endereço. Essa situação gera diversos desafios, como:
- Dificuldade no recebimento de correspondências: Contas, documentos importantes e até mesmo compras online podem não chegar ao destino final, causando transtornos e prejuízos aos cidadãos.
- Exclusão do planejamento urbano: Sem um endereço formal, os moradores ficam à margem do planejamento de serviços públicos, como coleta de lixo, transporte público e segurança.
- Dificuldades no acesso a serviços essenciais: Abrir uma conta bancária, solicitar um cartão de crédito ou até mesmo chamar uma ambulância pode se tornar um processo burocrático e demorado para quem reside em um endereço sem nome.
- Violação da cidadania: O direito de ter um endereço é fundamental para o exercício da cidadania plena. Sem um endereço formal, as pessoas podem ter dificuldades para votar, regularizar documentos e acessar outros direitos básicos.
Enfrentar esse desafio exige um esforço conjunto entre governos federal, estaduais e municipais, além da sociedade civil. As câmaras municipais precisam desburocratizar os processos de aprovação de nomes para ruas e avenidas. Dessa forma, a responsabilidade também respinga nas prefeituras, que devem garantir a atribuição de números aos endereços de forma organizada e padronizada. É fundamental conscientizar a população sobre a importância de ter um endereço formal e cobrar das autoridades a resolução do problema.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini
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