O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta terça-feira (22) à Justiça uma ação de improbidade administrativa acusando o presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter mantido uma funcionária fantasma em seu gabinete quando era deputado federal.
A funcionária em questão, Walderice Santos da Conceição, ficou conhecida como Wal do Açaí, quando a história veio à tona em 2018. A imprensa revelou que, durante seu horário de expediente na Câmara, Walderice trabalhava em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio de Bolsonaro, em Angra dos Reis.
O MPF pede a condenação de Bolsonaro e Wal por improbidade e solicita o ressarcimento dos recursos públicos que teriam sido desviados durante o período.
Nesta segunda-feira (21), a 6ª Vara Federal do Distrito Federal determinou que Bolsonaro e Walderice sejam intimados a apresentarem contestação no prazo de 30 dias. Segundo a ação, embora lotada no gabinete de Bolsonaro por mais de 15 anos, Wal do Açaí nunca viajou a Brasília ou exerceu qualquer função relacionada ao cargo.
Neste período, Wal e marido dela, Edenilson Nogueira Garcia, prestaram serviços particulares na casa de Bolsonaro, sobretudo no cuidado com cachorros. De acordo com vizinhos, Edenilson seria o caseiro da residência do presidente.
Em 2018, Bolsonaro negou que Wal fosse uma funcionária fantasma e afirmou que a moça estava vendendo açaí por estar de férias do gabinete. Entretanto, tempos depois, Wal foi novamente flagrada pelo jornal ”Folha de S. Paulo” vendendo açaí no mesmo horário em que deveria estar prestando expediente na Câmara. A demissão de Wal foi confirmada em agosto de 2018, quando Bolsonaro já era candidato à Presidência.
2018: Em debate, Bolsonaro desconversa sobre o caso Wal do Açaí. Hoje o MPF pediu que ele seja condenado por improbidade administrativa. Segundo a ação, Wal nunca pisou em Brasília e passou 25 anos como funcionária-fantasma da Câmara pic.twitter.com/yRZXd2K8dj
— Bernardo Mello Franco (@BernardoMF) March 22, 2022