Não aglomero, logo existo!

POR LILIAN COELHO

Não aglomero, logo existo

Por Lilian Coelho

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Deveria existir uma lei, um acordo formal, um termo, uma regra: quer ir à festa? Vá. Sem Máscara, sem distanciamento, com toda a proximidade que lhe é de direito, apesar do alarmante número de mortes por Covid. Mas, na hora em que, você, baladeiro master, precisar de uma UTI, não terá direito à vaga. 

Todos os dias um dado mais alarmante: Falta a segunda dose de vacina. Falta vacina. Faltam medicamentos, kit intubação, UTIs, hospitais, leitos… Falta muita serenidade, para quem quer se manter vivo, lidar com um cenário de pandemia. Todo cuidado é pouco. 

Há relatos de quem não saiu de casa e morreu. Quem só foi à esquina depois de meses trancafiado, que morreu também. E quem teve que pegar a condução lotada para ganhar o sustento, pegou carona na Covid e não está mais aqui para contar. 

Pra onde a gente olha, tem alguém sem um primo, um amigo, uma mãe, um irmão… A morte está batendo à porta e entrando em casa. 

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Aí, abrimos o jornal, e temos notícias como esta: Força-Tarefa do Governo de São Paulo realizou 3 mil fiscalizações entre a noite de sexta-feira e este domingo em todo o estado. Nem precisaria desse número de trabalhadores, expondo suas vidas para fiscalizar aglomerações. Mas, o pior é que essas operações resultaram na autuação de 82 estabelecimentos que estavam funcionando irregularmente e descumprindo as diretrizes do Plano São Paulo de combate à pandemia. 

Em uma das fiscalizações do Comitê de Blitze, houve a interrupção de uma festa clandestina em um estabelecimento em São Miguel Paulista, zona leste da capital. No local, 120 pessoas estavam aglomeradas e a maioria não utilizava máscaras de proteção facial. 

Sem máscara, sem distanciamento, sem preservar a vida de ninguém. Nem a própria. 

Diante de tanto descaso, que tal se, na hora em que esse ser despreocupado com a existência, for infectado pelo Coronavírus, deixar um leito de UTI, um kit intubação para quem cumpriu as normas do bom senso e, ainda assim, foi contaminado? Seria mais ou menos assim: aglomerou? Sem UTI. Um cadastro de ‘baladeiros do fim do mundo’ seria o pontapé inicial de fiscais que colocam suas vidas em risco para fechar festas clandestinas. Fichados como aglomeradores, sem direito a ocupar vaga no SUS ou no hospital particular. 

Tem gente sem sair de casa, sem ir ao trabalho, esperando a tão sonhada vacinação em massa, se protegendo, limpando as compras, tirando os sapatos quando tem que sair… E uma parcela da população está achando motivos para aglomerar, ‘festejar’ e proporcionar a disseminação de um vírus mortal.

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Vale lembrar que, qualquer pessoa pode denunciar festas clandestinas e funcionamento irregular de serviços não essenciais pelo telefone 0800-771-3541. 

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião da PERFIL.

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