ACIDENTE DE VINHEDO

Sistema antigelo apresentou problemas desde o início do voo, diz relatório

O documento preliminar foi divulgado pelo Cenipa na sexta-feira, 6

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Trabalho do Cenipa no local do acidente – Créditos: Força Aérea Brasileira (FAB)

Na última sexta-feira, 6, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apresentou um relatório preliminar sobre o acidente aéreo envolvendo uma aeronave ATR 72-500 da Voepass. De acordo com o documento, uma série de problemas relacionados ao sistema antigelo da aeronave foram detectados logo no início do voo. A comunicação constante entre a tripulação e o despachante operacional revelou diversas falhas no sistema, que tiveram um papel significativo no acidente.

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O incidente, ocorrido em 9 de agosto de 2023, resultou na queda do avião em Vinhedo (SP) e na morte de todas as 62 pessoas a bordo.

Problemas no sistema antigelo

O relatório destaca que, às 13h17min20s, o copiloto reportou ao despachante que o detector de gelo deixou de exibir o sinal de alerta. Menos de quatro minutos antes de perder o controle da aeronave, outro sinal de alerta para o sistema antigelo foi exibido, o que levou a tripulação a informar os passageiros sobre as condições do voo.

Às 13h18min41s, um alerta de velocidade baixa foi exibido enquanto o copiloto transmitia informações ao despachante operacional. Apenas alguns segundos depois, um tom de alarme único foi ouvido na cabine, indicando uma situação crítica. Todos esses sinais ocorreram momentos antes de a aeronave perder o controle, por volta das 13h21min09s.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enfatiza a importância da “consciência situacional” para evitar acidentes aéreos. Este conceito refere-se à compreensão e projeção dos elementos no ambiente do trabalho em um futuro próximo. A investigação sugere que a falta desta consciência situacional por parte da tripulação pode ter contribuído para a tragédia.

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Mais sobre as condições da aeronave e a performance da tripulação

Segundo o Cenipa, a aeronave estava com seus registros de manutenção atualizados e absolutamente certificada para voos em condições de gelo. Isso inclui treinamento específico dos pilotos para operar em tais condições. Esse dado levanta novas perguntas sobre por que as medidas necessárias não foram tomadas durante o momento crítico.

Foi constatado que o avião voava com um componente do sistema pneumático inoperante, conhecido como “Pack número 1”. Apesar dessa condição, o avião estava voando nos limites permitidos e com cálculos de combustível ajustados conforme as normas.

O relatório aponta que, mesmo com diversos sinais e alertas sonoros, a tripulação não agiu de forma a garantir a segurança do voo. A contínua interação com o despachante e o controle de tráfego aéreo aconteceu simultaneamente ao surgimento desses alertas, enfatizando a complexidade e pressão sob a qual a tripulação operava.

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O Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno e o Tenente-Coronel Paulo Mendes Fróes são alguns dos investigadores chave do Cenipa que forneceram detalhes adicionais sobre essas falhas, sublinhando que a conclusão dos motivos exatos ainda necessitará de mais investigação e análise meticulosa.

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