anfíbios

Qual é a diferença entre sapos, rãs e pererecas? Entenda

Dentro da ordem Anura, encontramos várias famílias de sapos, rãs e pererecas, que estão espalhadas por todos os continentes, exceto pela Antártica

Dentro da ordem Anura, encontramos várias famílias de sapos, rãs e pererecas, que estão espalhadas por todos os continentes
Dentro da ordem Anura, encontramos várias famílias de sapos, rãs e pererecas, que estão espalhadas por todos os continentes – Crédito: Daniel das Neves / Butantan

Das mais de 8.400 espécies de anfíbios conhecidas no mundo, 1.188 estão no Brasil. Destas, 1.144 são espécies de anuros, tornando o Brasil o país com a maior diversidade desse grupo de anfíbios no mundo, segundo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN). O órgão que pertence ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) destaca a importância de proteger essas espécies. Mas para garantir sua preservação, é fundamental diferenciá-las corretamente.

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Dentro da ordem Anura, encontramos várias famílias de sapos, rãs e pererecas, que estão espalhadas por todos os continentes, exceto pela Antártica. As diferenças e semelhanças entre esses animais são cruciais para entender suas características e comportamento. Segundo Carlos Jared, diretor do Laboratório de Biologia Estrutural do Instituto Butantan, todos os anuros respiram pela pele e pelo pulmão e absorvem água pela região inguinal.

Características e comportamento dos sapos

Os sapos pertencem à família Bufonidae, que possui cerca de 600 espécies distribuídas em 52 gêneros. Eles têm a pele seca e rugosa e preferem ambientes terrestres, tendo um modo de locomoção mais focado em caminhadas do que em saltos. Suas glândulas parotoides, localizadas atrás da cabeça, produzem veneno como mecanismo de defesa contra predadores.

Apesar do veneno, os sapos não são perigosos ao toque humano, mas é sempre recomendável lavar bem as mãos após manuseá-los. Além disso, ao contrário do que muitos acreditam, tocar na pele do sapo não causa “cobreiro”. Sapos são tímidos e solitários, alimentando-se principalmente de insetos e preferindo locais úmidos para hidratação.

Por que as rãs são consideradas semiaquáticas?

As rãs, pertencentes principalmente à família Ranidae, são animais semiaquáticos que passam mais tempo na água do que os sapos. Com pele úmida e brilhante, as rãs têm longas patas traseiras que as tornam excelentes saltadoras, embora esses saltos exijam muita energia. Cada espécie de rã possui um canto específico usado para comunicação durante a época de reprodução.

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  • As rãs geralmente se encontram próximas a corpos d’água.
  • Seu comportamento defensivo inclui saltar rapidamente para a água.
  • Rãs possuem tanto machos quanto fêmeas, diferentemente do mito popular que as associa apenas como “mulheres dos sapos”.

No Brasil, as rãs mais conhecidas são da espécie Aquarana catesbeiana, também conhecida como rã-touro, originária dos Estados Unidos e Canadá, mas criadas em cativeiro aqui no país.

Pererecas: especialistas em vida arborícola

Menores e mais leves que sapos e rãs, as pererecas possuem discos adesivos na ponta dos dedos que permitem escalar árvores e paredes. Esse grupo pertence maioritariamente à família Hylidae, habitando regiões úmidas e depositando seus ovos em riachos e córregos.

No Brasil, são mais de 350 espécies de pererecas, sendo a espécie Boana raniceps uma das mais comuns. Sua habilidade de viver em árvores e saltar com eficiência as torna únicas entre os anuros. O nome perereca, derivado do tupi “pere’reg“, significa “ir aos saltos“, uma descrição perfeita de seu comportamento.

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Quais são as importâncias ecológicas dos anuros?

Além de suas habilidades distintas, sapos, rãs e pererecas são indicadores de um ecossistema saudável. Eles só sobrevivem em ambientes não poluídos e são sensíveis a mudanças ambientais. Portanto, sua presença é um bom sinal de que o ecossistema está funcionando corretamente.

  1. Anuros ajudam no controle de insetos, sendo predadores naturais.
  2. São uma parte crucial da cadeia alimentar, servindo de alimento para outras espécies.
  3. Sua presença indica baixa poluição e um ambiente sustentável.

Finalmente, ao encontrarmos um anuro, é importante respeitar seu espaço. Esses animais, embora possam parecer assustadores, são essenciais para a biodiversidade e indicam a saúde dos nossos ecossistemas.

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Carlos Jared resume bem a importância desses animais: “Se encontrar um anuro, não tente tocar nele. O animal estará mais assustado que você e tentará fugir, voltando para um local onde não há humanos”.

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