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Alta do dólar constante faz parte de “jogo especulativo”, diz Lula

Moeda norte-americana fechou em R$5,65, valor mais alto registrado desde 2022

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Lula defende contas públicas do governo diante da alta do dólar – Créditos: Getty Images

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descreveu, em entrevista realizada nesta terça-feira (2), que a subida do dólar se trata de um jogo “especulativo” e de “interesses” contra o real. Ontem, a moeda fechou em R$ 5,65, o maior patamar registrado desde janeiro de 2022. Na manhã desta terça-feira, estava em alta de novo.

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Obviamente que me preocupa essa subida do dólar, é uma especulação, é um jogo de interesses especulativo contra o real nesse país. E eu tenho conversado com as pessoas sobre o que a gente vai fazer. Estou voltando (para Brasília) e quarta-feira terei uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo, não é normal“, disse o presidente em entrevista à rádio Solidariedade, de Salvador (BA). “Temos que fazer alguma coisa, mas não posso falar porque estaria alertando meus adversários”.

Dólar disparado

O dólar disparou na tarde de ontem diante da possibilidade de Donald Trump ser eleito presidente nos Estados Unidos. A Suprema Corte do país lhe concedeu imunidade parcial no tribunal, atrasando os processos aos quais responde – incluindo a acusação de incitação à invasão do Capitólio.

Porém, nas últimas semanas, a moeda norte-americana já passava por uma série de altas por causa de preocupações com as contas públicas brasileiras. Sobre esse questionamento, o presidente defendeu a atitude do governo.  “É preciso cuidar dos gastos públicos. E ninguém nunca cuidou mais dos gastos públicos do que eu. O que eu não posso é aceitar a ideia de que precisa acabar com benefício de pobre”, respondeu.

Crítica ao Banco Central

Lula também falou sobre o Banco Central (BC), e retomou suas críticas à atual política monetária e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto. “O que não dá é você ter alguém dirigindo o BC com viés político. Definitivamente, eu acho que ele tem um viés político, mas eu não posso fazer nada, porque ele é o presidente do BC, tem mandato, foi eleito pelo Senado. Eu tenho que esperar terminar o mandato e indicar alguém”, afirmou.

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Ainda assim, o presidente defendeu a autonomia da autoridade monetária. Entretanto, ressaltou que o BC não pode “estar a serviço do mercado financeiro” porque “é um banco do Estado”.

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