Diplomatas brasileiros afirmam que o governo brasileiro já estaria avaliando como improvável que neste ano tenha avanços significativos em torno do acordo comercial envolvendo os blocos econômicos do Mercosul e da União Europeia. As informações são da CNN Brasil.
Fontes do Itamaraty apontam as eleições brasileiras e a crise econômica na Argentina como fatores que dificultam uma negociação. A avaliação é de que apenas uma definição do próximo mandatário do Palácio do Planalto e um arrefecimento do quadro de instabilidade na Argentina permitirá o retorno das negociações.
Além do cenário geopolítico, há pelo menos três etapas de caráter técnico que precisam ser superadas para que o acordo comercial seja viabilizado:
- A primeira se refere à comprovação por produtores agropecuários do direito de explorar as chamadas indicações geográficas, ou seja, nomes de produtos associados a uma região, como de queijos e bebidas, por exemplo.
- O segundo entrave se refere a adendos que devem ser incluídos no texto final pela União Europeia referentes a questões ambientais. Os termos, contudo, ainda não foram informados ao Mercosul e devem passar por nova rodada de negociações.
- E a última etapa é o processo de revisão legal do texto final, um esforço que costuma ser demorado já que os termos do acordo não podem ir de encontro a legislações regionais.
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia envolveria a redução imediata ou gradual de tarifas de importação, com o potencial de tornar mais baratos ao mercado consumidor produtos tanto agropecuários como industriais.
A negociação já se arrasta por mais de vinte anos e, caso ela seja exitosa, a promessa é de que seja o maior acordo de livre comércio da história.
Por @gustavouribe –> Avanço de acordo Mercosul-UE em 2022 é considerado improvável por diplomatas https://t.co/H6A86QG6MO
— CNN Brasil Business (@CNNBrBusiness) August 19, 2022