DADOS DO IBGE

Inflação de fevereiro sobe 0,84% e supera projeções

O economista Roberto Troster, doutor em economia pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), explica os dados apresentados pelo IBGE e fala sobre os desafios que o Governo Federal tem pela frente.

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(Crédito: Agência Brasil)
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, subiu 0,84% no mês de fevereiro. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta foi a maior alta desde o ano de 2004, na medição do mesmo mês.
Os setores que registraram maiores altas foram:
  • Educação: 6,28%

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  • Saúde e cuidados pessoais: 1,26%

  • Comunicação: 0,98%

  • Habitação: 0,82%

  • Despesas pessoais: 0,44%

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O maior impacto no índice de fevereiro, como observado,  foi causado pelo grupo Educação que pesou 0,35 ponto percentual e sofreu a maior variação (6,28%). “É a taxa mais alta desde fevereiro de 2004, quando teve variação de 6,7%”, informou o IBGE.

O economista Roberto Troster, doutor em economia pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), explica os dados apresentados pelo IBGE:
“A taxa está 0,06% acima de expectativas do mercado e está  mais alta do que a inflação de janeiro, mas o fato de estar mais alta do que a inflação de janeiro é um problema sazonal, acontece todos os anos. É conhecida como ‘inflação gregoriana’,  devido ao aumento do preço da Saúde, Educação e alguns serviços reajustados no início do ano.”

No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação oficial do país foi de 5,6%. A meta do Banco Central (BC) para a inflação do Brasil, neste ano é de 3,25%, podendo variar entre 1,75% e 4,75%; Para o economista, isso representa um desafio para o primeiro ano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“O governo Lula tem um problema com a inflação:  Parte dessa inflação vem do passado, já que existe uma inércia muito grande, reajustes, focando na inflação passada e em um déficit público grande.  O que quer dizer isso? Você gasta mais do que a receita. Em algum lugar, a receita tem que ser menor do que os gastos, leia-se setor privado. Ou, agora, você deveria aumentar impostos ou no futuro, pagar uma dívida maior, ou estamos vivendo inflação.”

Outra questão levantada pelo economista diz respeito à política monetária: “a política monetária brasileira não é das mais eficientes. Uma solução seria usar o câmbio; estabilizando o câmbio tira de câmbio volátil para flexível você tem um controle maior dos preços e, com isso, menos inflação”, explica Troster.

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