Jeff Bezos, fundador da Amazon: O Rei Leão

Nesta semana a notícia que abalou a indústria foi que a Amazon, de Jeff Bezos, concordou em comprar a MGM

Jeff Bezos O Rei Leão
Jeff Bezos (Crédito: David McNew/Getty Images)

O mercado global de conteúdo audiovisual continua em plena ebulição, assim como na semana passada foi a fusão WarnerMedia-Discovery, nesta semana a notícia que abalou a indústria foi que a Amazon, do fundador Jeff Bezos, concordou em comprar a MGM. É claro que, nos últimos tempos, o velho ditado “content is king” (“o conteúdo é rei”) ganhou uma validade reforçada e renovada.

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A Amazon está disposta a pagar 8,5 bilhões de dólares pela MGM, cifra que supera em 53% o seu valor estimado em dezembro passado. Embora seja um número importante, não é tão importante considerando duas variáveis: o custo (crescente) do conteúdo e os recursos disponíveis para uma das quatro grandes em tecnologia (GAFA – Google, Amazon, Facebook, Apple). Trata-se da 2ª maior aquisição da Amazon, depois dos 13,7 bilhões de dólares que desembolsou pela rede de supermercados Whole Foods Market.

“Para ter uma referência, em 2020 a Amazon gastou 11 bilhões de dólares apenas com conteúdo, passando dos 7,8 bilhões de dólares de 2019.”

Assim, essa operação implica um valor 23% menor do que o gasto no ano passado, e ainda assim se apropria de um catálogo de 4 mil filmes e 17 mil programas de televisão. Claro, não se trata apenas de ampliar a videoteca, mas também, e tanto ou mais importante, a oportunidade que apresenta para novos conteúdos baseados em personagens e histórias existentes. Portanto, além de adicionar nomes de bilheteria (como James Bond, Robocop, Rocky e outros), há também a oportunidade de derivar personagens e enredos. Algo que já foi visto, por exemplo, com a emancipação do Coringa da saga do Batman. Em outras palavras, além do catálogo existente, ganham relevância aqueles ativos que, devidamente gerenciados, garantiriam uma receita futura considerável.

Apesar de uma entrada um pouco tardia no negócio do streaming audiovisual, a Amazon já conta 175 milhões de assinantes Prime que consomem o seu conteúdo de vídeo (de uma base de cerca de 200 milhões de assinantes totais). Um número não muito distante dos 207 milhões da Netflix, líder desse mercado. Ambos longe, por enquanto, dos 103 milhões de assinantes da Disney+.

O lance da Amazon é pra acompanhar de perto. Na sua forte aposta no conteúdo, da qual esta operação é mais um exemplo, está também apontando às “lives” (conteúdo ao vivo), nomeadamente na área esportiva (futebol americano, baseball, golfe, tênis). E dinheiro não falta. No primeiro trimestre deste ano, a receita líquida foi de pouco mais de 8 bilhões de dólares. Quase quase o que ela pagou pela MGM. O que pode estar faltando é mais conteúdo não estadunidense. Mas certamente isso acontecerá mais cedo ou mais tarde, se ela quiser garantir uma boa expansão internacional.

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*Por Enrique Carrier – Analista de mercado de TIC

*Texto publicado no site Perfil Argentina e originalmente em www.comentarios.info

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