modalidade de ensino

São Paulo: governador sanciona lei que institui escolas cívico-militares

O programa assinado por Tarcísio de Freitas pode ser implementado tanto em instituições estaduais novas quanto em já existentes

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou a lei que institui as escolas cívico-militares no estado.
O governador Tarcísio de Freitas assinou nesta segunda-feira (27), no Palácio dos Bandeirantes, a lei que institui o Programa Escola Cívico-Militar na rede paulista de ensino – Crédito: SP Notícias

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou nesta segunda-feira (27) a lei que institui as escolas cívico-militares no estado. Com a aprovação do projeto, a Secretaria da Educação dará início à implantação do programa ainda neste ano.

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A nova lei prevê a contratação de policiais militares aposentados, que atuarão como monitores nas escolas, trabalhando desarmados. Esses PMs da reserva serão responsáveis por atividades extracurriculares, organização e segurança escolar na modalidade cívico-militar. A responsabilidade pedagógica continuará com os professores. O programa será desenvolvido sob a supervisão das secretarias estaduais da Educação e da Segurança Pública.

O foco será em escolas localizadas em regiões vulneráveis e em instituições com notas baixas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). A expectativa é que de 50 a 100 escolas adotem o modelo no estado. O programa pode ser implementado tanto em escolas estaduais novas quanto em já existentes.

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Além das escolas estaduais, municípios também poderão aderir à iniciativa do governo paulista. As cidades interessadas devem ter no mínimo duas escolas estaduais na região urbana — caso da capital. Instituições selecionadas devem ser proibidas de ofertar apenas aulas noturnas e da EJA (educação de jovens e adultos). Unidades rurais, indígenas, quilombolas ou conveniadas serão vetadas.

O projeto de lei foi aprovado na Alesp em sessão tumultuada na semana passada. Antes da votação, policiais militares agrediram estudantes que estavam no local e sete pessoas foram detidas. Foram 54 votos a favor e 21 contra.

Projeto de lei gera repercussão política

Sob pressão de deputados bolsonaristas, o governador Tarcísio de Freitas foi incentivado a enviar o projeto e aprovar a pauta ainda neste semestre. Conforme apurou a reportagem do UOL, o modelo cívico-militar deve ser abordado em campanhas eleitorais.

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Entidades e a oposição criticam a iniciativa e prometem recorrer à Justiça em São Paulo. “Escola é espaço de liberdade, de pluralidade de ideias e concepções pedagógicas, de diálogo, de trabalhar o conhecimento e não um local de imposições e rigidez destinadas a dominar, subjugar e impor. Educação pública, financiada com recursos públicos, deve assegurar formação sólida em condições de igualdade para todas e todos, ministrada por professores e professoras e não por militares”, disse a Apeoesp, sindicato dos professores do estado.

O Pecim, criado na gestão de Jair Bolsonaro (PL), dividia a gestão do modelo entre os ministérios da Educação e da Defesa. Segundo nota técnica do MEC, o programa desviava a finalidade das Forças Armadas, justificando o fim do projeto.

Para o Ministério da Educação, vulnerabilidade é tema de política social, não militar. O ministério afirmou que “causa espanto” a visão de que os problemas de regiões mais pobres seriam solucionados a partir de um modelo desenhado para colégios de natureza militar.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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