polêmica na indústria

Criador de Breaking Bad sobre IA: “Máquina gigante de plágio”

Vince Gilligan diz que o uso da tecnologia é “um bando de bilionários tentando se tornar trilionários vendendo isso como uma espécie de mudança radical importante”

(Créditos: Getty Images)

Vince Gilligan, criador das séries de sucesso Breaking Bad (2008) e Better Call Saul (2015) criticou o uso da inteligência artificial (IA) para escrever roteiros e “ressuscitar” artistas que já morreram. Em entrevista à Variety, o roteirista disse que, ao ficar sabendo da ferramenta ChatGPT, capaz de seguir instruções para criar textos completos, pensou que humanidade estava “acabada enquanto espécie”.

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“Não digo como em O Exterminador do Futuro, que as máquinas vão nos exterminar, mas quem quer viver num mundo em que a criatividade é dada a máquinas?. Acho que [IA] é besteira. É uma máquina gigante de plágio, na sua forma atual. Acho que o ChatGPT sabe o que está escrevendo como uma torradeira sabe que está fazendo torradas. Não há inteligência – é uma maravilha do marketing.”

Gilligan ainda acredita que a inteligência artificial pode chegar a um nível ameaçador à criatividade humana, mas reforçou que a discussão de usá-las para substituir profissionais vem de “um bando de bilionários tentando se tornar trilionários vendendo isso como uma espécie de mudança radical importante”.

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“É muito inteligente que o sindicato dos roteiristas tenha negociado algumas proteções escritas em contrato”, comentou o cineasta, explicando que há um grande medo na indústria de que IAs seriam usadas para “roubar os rostos” dos profissionais. “Não acho que as pessoas devam ‘atuar’ depois de mortas. Não parece que a tecnologia em geral esteja tornando o mundo melhor, apesar do que as pessoas que a vendem querem que acreditemos. Acho que isso está nos dividindo e nos distraindo.”

Apesar de admitir pessimismo com o avanço tecnológico, Gilligan admite que não quer estar certo e que acredita na bondade das pessoas. “As pessoas não querem viver em um cenário infernal caótico e, no final das contas, as pessoas prevalecerão. Eles levantarão a cabeça dos smartphones e dirão: ‘isso foi longe demais. Chega dessa bobagem.’”

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