CONFIRA

Escritora investiga arrependimento do Maníaco do Parque em nova obra

Em 1998, uma onda de crimes violentos em São Paulo, com vítimas jovens encontradas mortas no Parque do Estado

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Francisco de Assis, o “Maníaco do Parque” – Crédito: Reprodução/Vídeo/Youtube

Nascido em 29 de novembro de 1967, Francisco de Assis Pereira cresceu em Guaraci, São Paulo. Na superfície, ele levava uma vida comum como motoboy. Contudo, sob essa aparência normal, escondia-se uma mente perturbada. Em 1998, uma onda de crimes violentos em São Paulo, com vítimas jovens encontradas mortas no Parque do Estado, chocou a cidade e revelou a verdadeira natureza de Francisco. Esses assassinatos, marcados por extrema crueldade, rapidamente chamaram a atenção das autoridades. Um retrato falado, baseado no depoimento de uma sobrevivente, ajudou na identificação do criminoso, que então ganhou notoriedade como o “Maníaco do Parque”.

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A fonoaudióloga e escritora Simone Lopes Bravo lançou recentemente o livro “Maníaco do Parque – A Loucura Lúcida”, onde investiga a psique de Francisco de Assis Pereira. A obra pretende oferecer uma análise profunda sobre a complexidade da mente de um psicopata, indo além de uma simples biografia dos crimes cometidos.

Em entrevista ao site Aventuras na História, Simone relatou que sua experiência trabalhando com crianças com distúrbios psiquiátricos foi crucial na decisão de escrever sobre este tema. “Trabalhar com pacientes que possuem patologias permanentes me proporcionou insights valiosos sobre as complexidades e nuances da mente humana”, explicou a autora.

O fascínio de Simone por Francisco de Assis não foi planejado. Ela enviou cartas a diversos presos, e Francisco foi o único que respondeu. “Enviei cartas para cerca de sete ou oito prisioneiros, e só Francisco retornou com uma resposta positiva”, revelou Simone. A partir dessa troca de correspondências, ela pôde construir um perfil mais detalhado e realista do assassino.

Correspondência com o Maníaco do Parque

Em uma das cartas destacadas no livro, Francisco declara não precisar pedir desculpas. Ele escreve: “A maldição foi quebrada porque o arrependimento foi sincero. Eu corrijo e castigo todos os que amo. Levem a sério e se arrependam; assim, não há mais necessidade de pedir perdão a ninguém”, mostrando uma visão distorcida do arrependimento.

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Simone aborda no livro a intrigante questão do arrependimento em psicopatas. Segundo ela, e baseado no conhecimento psiquiátrico atual, o conceito de arrependimento nesses indivíduos é bastante problemático. “No caso de Francisco, o que observamos é mais uma ‘conversão mística’ do que um verdadeiro sentimento de arrependimento,” afirmou a autora.

Simone destaca que arrependimento genuíno envolve empatia, consciência das consequências dos atos e um desejo de reparar os erros. No entanto, essas capacidades são geralmente comprometidas em psicopatas, tornando difícil que eles sintam um remorso verdadeiro.

A obra de Simone também levanta questões sobre a ressocialização de psicopatas. A autora argumenta que, embora a reabilitação seja um direito de todos, a reintegração segura de um psicopata à sociedade é extremamente desafiadora e requer acompanhamento contínuo. “Fora da prisão, eles enfrentam emoções e situações que não experimentam enquanto estão encarcerados”, observou Simone.

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Em breve, a entrevista completa com Simone Lopes será divulgada nas redes sociais da Aventuras na História, proporcionando uma visão mais aprofundada sobre a mente criminosa de Francisco de Assis Pereira e os complexos debates sobre arrependimento e ressocialização.

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