Whindersson Nunes publicou, no último domingo (24), um vídeo em suas redes sociais lamentando o suicídio da jovem Jéssica Canedo, após páginas de fofoca divulgarem prints que supostamente confirmavam um affair entre a menina de 22 anos e o influenciador. Entretanto, foi constatado que os dois nunca interagiram e as conversas foram criadas.
“Quero iniciar um movimento para ver se contribui para a gente criar uma lei chamada Jéssica Vitória, para aprimorar a legislação brasileira com esse ‘jornalismo não oficial’ que é muito perigoso. Tem gente que tem muito seguidor e diz que não é uma coisa oficial, mas é uma coisa que impacta de verdade milhares de pessoas”, destacou Whindersson. Ele também estendeu seu sentimento à mãe de Jessica, relembrando o dia em que perdeu seu filho.
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“A regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório”, expressou o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Há um projeto de lei de regulamentação das redes sociais e combate às fake news pendente de aprovação no congresso, escrito pelo deputado Orlando Silva (PC do B).
O novo caso de suicídio de uma jovem, motivado por Fake News nas redes, a cultura irresponsável e repugnante da “lacração”, nos chama mais uma vez ao debate ético sobre qual sociedade desejamos viver.
É preciso enfrentar esse estado de coisas, que remunera perfis e plataformas…
— Orlando Silva (@orlandosilva) December 23, 2023
O caso
No começo da semana, diversas páginas de fofoca, incluindo a Choquei, maior representante do ramo, com mais de 22 milhões de seguidores no Instagram, publicaram prints com conversas entre Whindersson Nunes e Jéssica Vitória discutindo um eventual relacionamento amoroso entre os dois.
As interações, porém, nunca existiram. A jovem, depois, postou um longo texto, em seus stories, evidenciando as ameaças recebidas e solicitando a exclusão das notícias das páginas na internet. O influenciador também manifestou-se e explicou que não sabia quem Jessica era.
“O problema é que vocês estão passando completamente dos limites e por algo que eu não fiz. Toda essa palhaçada envolvendo meu nome e do Whindersson não passa de uma brincadeira muito sem graça. Ficou bem óbvio que o intuito é me ridicularizar, da mesma forma que já tentaram outras vezes”, escreveu Jessica.
Poucos dias depois, a mãe de Jessica, Ines, anunciou a morte da jovem. “É com pesar que informamos que nessa manhã do dia 22/12 a Jéssica não resistiu a depressão e tanto ódio e veio a óbito. Será velada hoje e o enterro será amanhã.”
O fato chamou a atenção de todas as esferas culturais e políticas, reacendendo a discussão sobre a responsabilidade de veículos, principalmente páginas da internet, na checagem da veracidade do que é publicado.
A Choquei divulgou uma nota no último sábado (23):
“Lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares e todos os afetados pelo triste acontecimento. Reforçamos nosso compromisso em agir com diligência e responsabilidade. O perfil Choquei (@choquei) por meio de sua assessoria jurídica, vem esclarecer a seus seguidores e amigos que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil.
Cumpre esclarecer que não responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas. Em relação aos eventos que circulam nas redes sociais e que foram associados a um trágico evento envolvendo a jovem Jessica Vitória Canedo, queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício de direito à informação.
O compromisso deste perfil sempre foi e será com a legalidade, responsabilidade e ética na divulgação de informações dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal, em especial ao art. 5º, inciso IX. Por fim, reafirmamos nosso respeito pela intimidade, privacidade, bem-estar e pela integridade.”