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Atleta paralímpico pode ser primeira pessoa com deficiência a ir ao espaço

Depois de um acidente de motocicleta que resultou na amputação de sua perna direita aos 19 anos, John McFall não se deixou abater

John McFall participou do estudo de viabilidade que avaliou os desafios que uma pessoa com deficiência poderia enfrentar em um voo espacial.
McFall é o primeiro astronauta em treinamento da ESA com uma deficiência – Crédito: Michael Evers/picture alliance via Getty Images

John McFall, de 43 anos, pode em breve se tornar a primeira pessoa com deficiência a viajar ao espaço. Ele atribui o grande feito à sua experiência como paratleta nas Paralimpíadas, que ajudou a desafiar e redefinir as percepções sobre o que as pessoas com deficiência podem alcançar.

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Depois de um acidente de motocicleta que resultou na amputação de sua perna direita aos 19 anos, McFall não se deixou abater. Ele reaprendeu a correr e se tornou um atleta profissional de atletismo. O velocista britânico conquistou a medalha de bronze nos 100 metros T42 na Paralimpíada de Pequim em 2008. Posteriormente, ele mudou de rumo e passou a trabalhar como cirurgião de trauma e ortopedia.

O primeiro parastronauta do mundo

Em 2022, McFall fez história ao se tornar o primeiro “parastronauta” do mundo. A Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou uma nova turma de astronautas em treinamento, na qual McFall foi incluído. Ele participou do estudo de viabilidade da ESA, chamado “Fly!”, que avaliou os desafios que uma pessoa com deficiência poderia enfrentar em um voo espacial.

De acordo com uma entrevista concedida à revista científica Nature, McFall comentou que o estudo mostrou que é tecnicamente viável para uma pessoa com deficiência física voar para o espaço, viver e trabalhar como um membro totalmente integrado da tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) em uma missão de longa duração.

Quais os desafios de um astronauta com deficiência?

O estudo “Fly!” da ESA, no qual McFall participou, está previsto para ser concluído no final do ano. McFall espera que a ESA consiga “colocar alguém com uma deficiência física em voo”.

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“Espero ter a oportunidade de voar no futuro. Isso seria tremendo. E também espero poder plantar a semente para deixar um legado, para que se estude a viabilidade de voar com uma gama mais ampla de deficiências”, disse o atleta.

A ESA destacou em um comunicado à imprensa que McFall participou de treinamentos de sobrevivência no inverno e no mar, além de voos em gravidade zero. Para a agência, os exercícios realizados representam “um marco significativo na jornada rumo à inclusão na exploração espacial.”

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Paralimpíadas e espaço

John McFall vê nas Paralimpíadas uma evidência de como o esporte pode transformar percepções e quebrar barreiras para pessoas com deficiência. “Os atletas de elite inspiram muitas pessoas. Muitas praticam esportes e têm essa admiração pelo que é necessário para competir nesse nível”, explicou. Ele acredita que ser astronauta é igualmente desafiador e admirável.

Por isso, McFall espera que sua trajetória sirva de inspiração para outros. “Da mesma forma, acredito que podemos considerar ser astronauta um trabalho difícil e desafiador. Então, existe essa admiração por ter alguém com uma deficiência física nessa posição,” disse McFall.

Futuro dos astronautas com deficiência

No mês passado, durante uma coletiva de imprensa da ESA, McFall destacou a importância de sua carreira como paratleta e como cirurgião de trauma no alcance de seus objetivos espaciais. “Acho que tudo isso me preparou muito bem para ajudar a preencher a lacuna entre essa ambição que a ESA tem e meu histórico”, disse ele, “para tentar alcançar esse objetivo de, potencialmente, ser a primeira pessoa com deficiência física a se tornar astronauta.”

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