variações corporais

Intersexo: entenda a condição de boxeadora argelina nos Jogos Olímpicos

Imane Khelif, atleta da Argélia, vem sendo alvo de desinformação nas redes sociais, com posts que alegam que ela é, na verdade, transgênero

Argelina Imane Khelif, a boxeadora que venceu a atleta italiana Angela Carini nas Olimpíadas de Paris, é uma pessoa intersexo.
Imane Khelif durante luta nas Olimpíadas – Crédito: Getty Images

Imane Khelif, a boxeadora argelina que venceu a atleta italiana Angela Carini nas Olimpíadas de Paris, é uma pessoa intersexo. Ela vem sendo alvo de desinformação nas redes sociais, com posts que alegam que ela é, na verdade, transgênero. A palavra-chave “intersexo”, no entanto, é utilizada para descrever uma diversidade de variações corporais nas características sexuais inatas. Essas variações podem incluir diferenças nos cromossomos, órgãos genitais e hormônios, entre outros.

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De acordo com a ONU, estima-se que entre 0,05% e 1,7% da população mundial nasce com características intersexo, o que no Brasil poderia significar até 3,5 milhões de pessoas. Essas pessoas podem ter genitália ambígua, diferenças anatômicas ou variações hormonais, tornando suas experiências únicas.

Logo no nascimento ou durante a puberdade, essas características podem se tornar perceptíveis. Em alguns casos, podem ser descobertas apenas mais tarde na vida. A intersexualidade não se limita a uma única definição ou aparência; é um espectro vasto e diversas condições podem enquadrar-se nesse termo.

Qual a diferença entre intersexo e hermafrodita?

Durante muito tempo, o termo “hermafrodita” foi usado para descrever pessoas intersexo. Contudo, esse termo é agora considerado pejorativo e limitante. Segundo a ONU Direitos Humanos, “hermafrodita” pode transmitir ideias equivocadas sobre a aparência e capacidades dos corpos intersexuais.

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Ainda que algumas pessoas intersexo possam escolher usar o termo “hermafrodita” para si mesmas, é essencial respeitar sua escolha terminológica. No âmbito científico, hermafrodita refere-se a uma condição congênita onde há presença de testículo e ovário, com ou sem genitália ambígua.

A intersexualidade, por outro lado, engloba várias condições biológicas que não se encaixam nas definições médicas tradicionais de “masculino” e “feminino”. Exemplos incluem insensibilidade androgênica, regressão testicular e Síndrome de Klinefelter.

Qual a diferença entre intersexo e transgênero?

Diferente das pessoas intersexo, que apresentam variações biológicas, as pessoas transgênero não se identificam com o gênero atribuído ao nascimento. Para elas, a identidade de gênero é dissociada do sexo biológico, levando muitas vezes à transição de gênero.

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Pessoas transgênero podem tomar hormônios ou se submeter a cirurgias para alinhar seu corpo à sua identidade de gênero. Já as pessoas intersexo naturalmente nascem com variações biológicas e podem ou não sentir a necessidade de realizar intervenções médicas.

Isso nos leva a outra questão fundamental: essas condições interferem nas questões de gênero? A resposta é não. Cada indivíduo, independentemente da condição genética, possui sua própria identidade de gênero, seja ela masculino, feminino ou não-binário.

Angela Carini desistiu da luta por causa de Imane Khelif?

Nas redes sociais, circularam rumores de que a italiana Angela Carini teria desistido da luta com Imane Khelif devido à condição intersexo de Khelif. Contudo, Carini esclareceu em entrevistas que abandonou a luta devido a dores no nariz, descartando qualquer relação com a condição de Khelif.

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