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Quem é Imane Khelif? Boxeadora argelina é atacada nas redes sociais

Atleta desqualificada no ano passado por elegibilidade de gênero retorna ao ringue no próximo sábado (3), pelos Jogos Olímpicos

A boxeadora argelina Imane Khelif está prestes a competir novamente nas Olimpíadas de Paris no próximo sábado (3).
Imane Khelif – Crédito: Getty Images

A boxeadora argelina Imane Khelif está prestes a competir novamente nas Olimpíadas de Paris no próximo sábado (3), apenas dois dias após sua vitória contra Angela Carini. Na luta ocorrida nesta quinta-feira (1), a italiana desistiu após apenas 46 segundos, quando recebeu um golpe significativo.

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A vitória da argelina sobre Carini gerou debate, já que a italiana desistiu após o primeiro golpe. Angela, visivelmente abalada, virou-se para sua equipe e decidiu não continuar.

Segundo o ‘Independent’, após a luta, ela afirmou aos repórteres que nunca havia sido atingida com tanta força em sua carreira e que sua desistência foi um ato de maturidade e preservação da própria saúde.

“Para mim, não é uma derrota. Quando você sobe no ringue, você já é um guerreiro; você já é um vencedor. Eu entrei no ringue e lutei. Não consegui, mas saio com a cabeça erguida e o coração partido,” declarou Carini, em entrevista após a luta.

O episódio, no entanto, foi marcado por desinformação e ataques de ódio nas redes sociais. Muitos passaram a alegar que Khelif é uma mulher transgênero.

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Khelif esteve no centro das atenções no ano passado, quando foi desqualificada do Campeonato Mundial Feminino em Nova Déli por não passar em um teste de elegibilidade de gênero.

Na época, a Federação Internacional da modalidade (IBA) informou que a atleta em questão “não atendia aos critérios de elegibilidade”. Já o Comitê Olímpico da Argélia informou que a desclassificação se deu por “razões médicas”.

Umar Kremlev, presidente da IBA, informou às agências, na época, que “testes de DNA de duas boxeadoras provaram que elas têm cromossomos XY (masculinos) e por isso foram excluídas”.

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Mas, Imane NÃO é uma mulher trans. O COI (Comitê Olímpico Internacional) informou que ela está dentro de todas as normas necessárias para competir em Paris. Além disso, o gênero e idade estão presentes no seu passaporte.

O Comitê Olímpico da Argélia também se posicionou e condenou os ataques contra a boxeadora, baseados em difamação.

“O Comitê Olímpico e Desportivo da Argélia denuncia com a maior firmeza os ataques maliciosos e antiéticos dirigidos contra nossa ilustre atleta Imane Khelif por alguns meios de comunicação estrangeiros. Estas tentativas de difamação, baseadas em mentiras, são completamente injustas, especialmente num momento crucial em que ela se prepara para os jogos olímpicos, o auge da sua carreira”, alegou a entidade.

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Mark Adams, porta-voz do COI, também desmentiu as alegações de que Khelif é uma mulher trans.

“Elas perderam e venceram contra outras mulheres através do tempo e precisamos deixar muito claro, isto não é uma questão transgênero. Sei que sabem disso, mas houve alguns erros de reportagem, é muito importante dizer que não é uma questão de transgêneros”, alegou ele. “Muitas mulheres podem ter testosteronas em níveis chamados de “masculinos” e ainda serem mulheres, ainda podem competir como mulheres – continuou. – Essa ideia que você faz um teste para testosterona e resolve tudo, não é o caso, acredito. Mas cada esporte precisa lidar com suas questões. Eles conhecem seus esportes e disciplinas melhor e precisam buscar e adequar seus testes. Mas acho que concordamos que não queremos voltar aos dias de batalha dos testes de sexo, que eram uma coisa horrível a se fazer”.

* Leia a matéria completa em Aventuras na História.

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