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“Al Jazeera não transmitirá mais de Israel”, diz Netanyahu após projeto aprovar fechamento da emissora

Primeiro-ministro também afirmou que o veículo “participou ativamente no massacre de 7 de outubro e incitou contra os soldados das FDI”

O Parlamento israelense aprovou, nesta segunda-feira (1º), um projeto de lei que viabiliza o encerramento das atividades da Al Jazeera, emissora patrocinada pelo governo do Catar, em Israel. Segundo o projeto, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro de Comunicações, Shlomo Karhi, podem cessar a operação de qualquer veículo que "ameace a segurança do Estado".
Netanyahu já desejava o banimento da emissora há meses – Créditos: Getty Images

O Parlamento israelense aprovou, nesta segunda-feira (1º), um projeto de lei que viabiliza o encerramento das atividades da Al Jazeera, emissora patrocinada pelo governo do Catar, em Israel. Segundo o projeto, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro de Comunicações, Shlomo Karhi, podem cessar a operação de qualquer veículo que “ameace a segurança do Estado”.

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A lei enfrentou pouca resistência, com um resultado final de 70 votos favoráveis e apenas dez contrários. Em sua conta no X, Netanyahu celebrou a decisão do Knesset. “A Al Jazeera prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente no massacre de 7 de outubro e incitou contra os soldados das FDI. É hora de retirar o shofar [instrumento de sopro] do Hamas do nosso país”, escreveu.

EUA considera medida “preocupante”

Ao receber a informação, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, viu a decisão israelense como “preocupante”. “Acreditamos na liberdade de imprensa. É criticamente importante e os Estados Unidos apoiam o trabalho criticamente importante dos jornalistas ao redor do mundo, e isso inclui os que reportam o conflito em Gaza”, afirmou Jean-Pierre em entrevista.

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Vale lembrar que os Estados Unidos vêm criticando com maior frequência as medidas tomadas pelo governo e exército israelenses, enfraquecendo, assim, a aliança histórica entre as nações. Na última votação do Conselho de Segurança da ONU para a aprovação de um cessar-fogo, o país, pela primeira vez, não vetou o projeto.

A ONG Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ, em inglês) declarou que a nova medida “apresenta uma ameaça significativa à mídia internacional”, e que contribui para “um clima de autocensura e hostilidade com a imprensa, uma tendência que vem aumentando desde o começo do conflito Israel-Gaza”.

Jornalista da Al Jazeera detido

Anteriormente, em 18 de março, a emissora informou que homens do exército israelense prenderam e espancaram o jornalista Ismail Al Ghoul. A ação ocorreu durante uma operação no Hospital al-Shifa, o maior da cidade de Gaza.

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Após 12 horas detido, ele foi liberado. Al-Ghoul informou à Al Jazeera que as forças israelenses detiveram jornalistas em uma sala usada pelas equipes de mídia. Ele relatou que os militares obrigaram todos a tirar suas roupas e deitar de barriga para baixo, com os olhos vendados e as mãos amarradas.

Além disso, o jornalista da Al Jazeera contou que os soldados israelenses ameaçaram atirar para assustá-los caso houvesse qualquer movimento. Ele também mencionou ter ouvido dizer que alguns de seus colegas foram libertados, mas não tinha informações precisas sobre onde estavam.

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