
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta segunda-feira (26) que a revolta de mercenários russos – o Grupo Wagner – contra o governo do país é parte de uma luta interna do sistema da Rússia, e que os Estados Unidos e seus aliados não estão envolvidos na situação.
“Deixamos claro que não estamos envolvidos, não tivemos nada a ver com isso“, disse Biden inicialmente, de acordo com a emissora Al Jazeera. “Vamos continuar avaliando as consequências dos eventos desse último fim de semana, e suas implicações para a Rússia e a Ucrânia. Mas ainda é muito cedo para chegar a uma conclusão definitiva a respeito do rumo que isso está tomando“, acrescentou.
O líder também informou que “conversou bastante” com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e disse a ele que os Estados Unidos “continuaria a apoiar a defesa da Ucrânia, bem como a sua soberania e integridade territorial“.
Grupo Wagner
O Grupo Wagner é um exército de mercenários que luta a favor da Rússia na atual guerra com a Ucrânia. Na última sexta-feira (23) o líder da organização, o oligarca Yevgeny Prigojin, iniciou uma rebelião contra o comando militar russo, liderado pelo presidente Vladimir Putin.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, Moscou inicialmente usou os mercenários para reforçar as forças da linha de frente. A relação entre o grupo e o Ministério da Defesa da Rússia já estava complicada há alguns meses e, neste sábado, a crise se intensificou. Prigozhin acusou o governo russo de promover um ataque contra acampamentos da organização e causar a morte de um membro.
Diante deste cenário, a segurança de Moscou foi reforçada após a movimentação nas ruas aumentar e o prefeito da capital russa, Sergei Sobyanin, declarou que estão sendo tomadas medidas antiterroristas. Em um vídeo divulgado no sábado, Prigozhin disse que todos as sedes militares da Rússia em Rostov-on-Don estão sob controle do Grupo Wagner.