GUERRA DE NARRATIVAS

China critica ‘histeria’ americana na crise dos balões

Wang Yi, chefe da diplomacia do país asiático, acusou os EUA de transgredirem normas internacionais.

China critica ‘histeria’ americana na crise dos balões
(Crédito: Reprodução)

O governo da China, por intermédio de seu principal diplomata, acusou  os Estados Unidos de agirem com histeria ao violarem as normas internacionais no caso do suposto balão de espionagem. A discussão aconteceu neste sábado (18) durante a Conferência Anual de Segurança em Munique (Alemanha).

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Os comentários de Wang Yi diminuíram ainda mais as perspectivas de uma reunião entre ele e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fora do contexto da conferência. Questionado mais tarde se ele se encontraria com Blinken, Wang sorriu e não quis comentar.

Wang falou no segundo dia da reunião, dominada até agora pela resposta global à invasão russa da Ucrânia. O conflito está prestes a adentrar no segundo ano.

A discussão sobre o balão – que sobrevoou os EUA e o Canadá antes de ser derrubado por ordem do presidente norte-americano Joe Biden – comprometeu as já tensas relações em um momento no qual o Ocidente analisava de perto a resposta de Pequim com relação à guerra na Ucrânia.

“Ter despachado um caça avançado para abater um balão com um míssil, tal comportamento é inacreditável, quase histérico”, disse Wang. Ele também acrescentou que “existem tantos balões em todo o mundo, e vários países os têm, então os Estados Unidos vão derrubar todos eles?”.

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“Pedimos aos EUA que mostrem sua sinceridade e corrijam seus erros, enfrentem e resolvam este incidente, que prejudicou as relações sino-americanas”, enfatizou o diplomata chinês.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, respondeu mais tarde, afirmando estar preocupada com o fato de a China ter aprofundado seu relacionamento com os russos desde a invasão de 24 de fevereiro. Ela acrescentou que o apoio chinês à Rússia prejudicaria a ordem internacional.

A briga com balões fez com que Blinken postergasse uma visita planejada a Pequim. A viagem estava marcada para 5 a 6 de fevereiro e teria sido a primeira de um secretário de Estado dos EUA à China em cinco anos. O encontro foi visto por ambos os lados como uma oportunidade para estabilizar os laços.

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De sua parte, Washington espera colocar um “piso” nas relações que atingiram um nível perigoso em agosto, com a reação da China a uma visita a Taiwan da então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi.

Blinken está programado para partir de Munique na manhã de domingo. O fracasso dos dois diplomatas em se encontrarem em uma reunião pode ser visto como mais um golpe no relacionamento já tenso.

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