6 ANOS DE PRISÃO

Cristina Kirchner é condenada por corrupção

A vice-presidente da Argentina nega as acusações e alega ser vítima de perseguição política.

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Kirchner foi condenada por esquema de lavagem de dinheiro por meio de licitações de obras públicas (Crédito: Daniel Jayo/ Getty Images)

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi condenada pela Justiça do país a 6 anos de prisão nesta terça-feira (6). Ela é acusada de comandar uma organização criminosa que desviava dinheiro do Estado.

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Apesar da condenação, a política não será presa por ter foro privilegiado e ainda pode concorrer a um terceiro mandato. Ela permanece cumprindo a função, também, de presidente do Senado e pode recorrer em outras instâncias da condenação até que o julgamento chegue ao Supremo Tribunal Federal do país.

Cristina Kirchner negou ter cometido qualquer um dos crimes pelos quais foi condenada e diz ser vítima de perseguição política.

Além dela, mais 12 pessoas foram julgadas, entre elas o empresário Lázaro Báez, o ex-ministro Julio de Vido, o ex-secretário José López e o ex-chefe do departamento de obras, Nelson Pieriotti.

As acusações

O primeiro caso é apelidado de Los Sauces. Nele, a organização criminosa a qual Kirchner é acusada de comandar teria contratado 51 obras com dinheiro público do empresário de construção argentino Lázaro Báez. Ele, por sua vez, teria pago para garantir os contratos o que ocasionou o desvio de cerca de US$ 1 bilhão do Estado. 

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De acordo com os promotores do caso, uma empresa chamada Los Sauces S/A comandada por Cristina e os filhos, Máximo e Florência Kirchner, fingia alugar propriedades para justificar a origem do dinheiro ilícito à Receita. A verdadeira origem, no entanto, seria a propina de Báez e Cristóbal López.

As obras teriam sido superfaturadas e realizadas no estado de Santa Cruz e a empresa que as realizou teria desaparecido depois do fim do mandato de Kirchner em 2015. O esquema teria sido iniciado em 2003 durante o governo de Néstor Kirchner, marido de Cristina, e continuado durante todo o seu próprio mandato na presidência (2007 a 2015).

O segundo caso era similar ao Los Sauces mas dessa vez envolvendo a Hotesur, uma rede de hotéis no sul da Argentina da família Kirchner para a qual os empresários López e Baéz teriam pago estadias sem ocupar qualquer um dos quartos dos hotéis.

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Para fechar as acusações, um caderno de endereços de um motorista de Cristina continha os locais em que dinheiro teria sido entregue durante seus mandatos como presidente foi encontrado e entregue à Justiça.

Absolvição

Em um dos processos movidos contra Cristina Kirchner, a política chegou a ser inocentada. Ainda durante seu mandato, em 2015, ela teria ordenado que o Banco Central argentino vendesse dólares por um valor menor que o de mercado. A única beneficiada pela ação teria sido ela mesma por fazer operações em dólar antes da execução da ordem, por isso a Justiça considerou que não houve prejuízo.

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