"GLASNOST"

Há um ano morria Mikhail Gorbachev, o último líder da antiga União Soviética

O político nascido no sul da Rússia teve ascensão meteórica dentro do Partido Comunista por ser considerado um reformador

Há um ano morria Mikhail Gorbachev, o último líder da antiga União Soviética
Nascido em Stavropol, Rússia, Gorbachev faleceu aos 91 anos, em Moscou; ele foi casado com Raisa Gorbachev por 46 anos (Crédito Foto: Reprodução/Twitter)

Mikhail Gorbachev, o último líder da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), morreu há exatamente um ano, numa terça-feira, em 30 de agosto, aos 91 anos, em Moscou. Ele foi vitimado por uma prolongada doença.

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Gorbachev é considerado o responsável pelas reformas de abertura política e econômica que levaram à desintegração da URSS e do modelo socialista, com políticas como Perestroika (reestruturação econômica) e Glasnost (abertura política).

Mikhail Sergeevitch Gorbachev nasceu em Stavropol, no sul Rússia, no dia 2 de março de 1931. Filho de camponeses, ele se tornou membro ativo no Partido Comunista e estudou Direito na Universidade de Moscou; foi na capital soviética que ele conheceu sua futura esposa, Raisa Titarenko (1932-1999). O casal teve apenas uma filha, Irina.

Quando Gorbachev voltou para Stavropol, ele trabalhou como oficial do Partido Comunista. Estudou Agricultura e começou sua ascensão dentro do partido após ganhar fama de modernizador e reformador regional. Gorbachev logo foi promovido ao comitê executivo da União Soviética, o Politburo.

Na década de 1980, a economia soviética precisava de uma reforma profunda. Em 1985, depois que três líderes idosos morreram em rápida sucessão, Gorbachev foi nomeado secretário-geral e chefe da União Soviética. Com 54 anos, ele era um dos líderes mais jovens da URSS e era visto como alguém que poderia “curar” o antiquado sistema soviético.

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Gorbachev promovia esforços para revitalizar a União Soviética em duas linhas: Perestroika (reconstrução e reestruturação) e Glasnost (abertura e liberdade de expressão). Ao afrouxar a burocracia e a censura, Gorbachev esperava transformar o regime soviético stalinista em uma social-democracia mais moderna. Embora a Glasnost fosse amplamente celebrada, suas tentativas de reestruturar a economia soviética fracassaram.

Em uma série de cúpulas, Gorbachev se encontrou com o presidente americano Ronald Reagan (1911-2004). Os dois fizeram acordos de desarmamento nuclear. O degelo nas relações sinalizou o fim da Guerra Fria. Inspirados pela Glasnost e diante da recusa de Gorbachev em usar o poder militar, várias nações do Pacto de Varsóvia e repúblicas soviéticas, como a Ucrânia, declararam suas intenções de se libertar do regime comunista.

Em 1990, o líder soviético ganhou o Prêmio Nobel da paz. No ano seguinte, os reacionários do Partido Comunista, temendo o colapso da União Soviética, tentaram remover Gorbachev do poder. Ele foi preso em sua casa de férias na Crimeia; pelo no rádio ele soube que os militares tentavam tomar o controle do Parlamento russo.

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O golpe fracassou e Gorbachev voltou a Moscou, mas percebeu que o apoio popular havia sido transferido para Boris  Yeltsin e acabou por renunciar. Na aposentadoria, ele criou a Fundação Gorbachev – um centro de estudos responsável por pesquisar as políticas públicas russas.

 

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