As autoridades do Irã lançaram uma nova campanha para fiscalizar o uso do hijab, véu islâmico obrigatório para mulheres do país. A ação acontece após mais de cem dias da morte da jovem iraniana Mahsa Amini, presa pela polícia de costumes por uso incorreto do véu, que resultou em milhares de protestos no país.
Segundo a mídia iraniana, a ação é chamada de “Nazer”, que significa “vigilância” em persa. Se uma mulher dirigindo ou uma passageira de um veículo não usarem o véu, o proprietário recebe uma mensagem pedindo que o hijab seja respeitado e que a desobediência não seja repetida. Em caso de nova infração, “medidas legais e judiciais poderão ser aplicadas”.
Por enquanto, não haverá medidas punitivas nem multas e a polícia se contenta em enviar uma simples mensagem de texto sem medidas punitivas ou multas. Antigamente, o carro dos infratores ficava imobilizado por algumas semanas e existe o temor de que medidas mais severas voltem a ser adotadas.
A morte da jovem Mahsa Amni, em 16 de setembro de 2022, desencadeou uma série de manifestações protagonizadas por mulheres iranianas. De acordo com um balanço da Iran Human Rights (IHR), uma ONG com sede em Oslo, pelo menos 448 pessoas foram mortas nos protestos no Irã.
Após o início das manifestações, as autoridades do país anunciaram, no início de dezembro, o fim da polícia da moralidade que prendia mulheres e meninas vestidas de forma imprópria na rua. Com isso, nas últimas semanas, vê-se cada vez mais mulheres sem véu nas ruas, sem a intervenção da polícia.
Porém, muitos ativistas e observadores internacionais afirmam que o anúncio fez parte de uma resposta improvisada do procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, e não foi oficializada pelo governo. Além disso, vários clérigos conservadores pediram uma ação policial mais firme para impor o uso do acessório.
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