VOTAÇÃO NA ONU

Israel cancela visita à Casa Branca após abstenção dos EUA sobre cessar-fogo

A visita, solicitada por Joe Biden, tinha como objetivo abordar alternativas viáveis para uma ofensiva terrestre em Rafah, cidade no sul de Gaza

A visita da delegação israelense à Casa Branca foi cancelada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Após a abstenção dos Estados Unidos na votação do Conselho de Segurança da ONU sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza, a imprensa israelense noticiou a decisão.
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu – Créditos: Getty Images

A visita da delegação israelense à Casa Branca foi cancelada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Após a abstenção dos Estados Unidos na votação do Conselho de Segurança da ONU sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza, a imprensa israelense noticiou a decisão.

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Segundo o comunicado do gabinete do premiê, a resolução prejudica o esforço militar em Gaza e contradiz a posição dos Estados Unidos ao longo da guerra. “A abstenção prejudica tanto o esforço de guerra quanto o esforço para libertar os reféns, porque oferece ao Hamas a esperança de que a pressão internacional lhes permita aceitar um cessar-fogo sem a libertação de nossos sequestrados”.

“Nós fomos claros e consistentes em nosso apoio a um cessar-fogo como parte de um acordo de reféns. É assim que o acordo de reféns é estruturado. Queríamos chegar a um ponto em que pudéssemos apoiar essa resolução, mas como o texto final não possui a linguagem fundamental que consideramos essencial, como uma condenação ao Hamas, não pudemos apoiá-lo”, declarou John Kirby, porta-voz da Casa Branca.

Por que a visita foi solicitada?

Sobretudo, a visita da delegação israelense, demandada por Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, tinha como objetivo abordar alternativas viáveis para uma ofensiva terrestre em Rafah, cidade no sul de Gaza. Todavia, já estava sob ameaça de ser cancelada antes da reunião do conselho, caso os EUA não vetassem a resolução.

A reunião aconteceria entre  Joe Biden, o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, e o chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi. Entretanto, o encontro entre o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ainda está prevista para acontecer. A informação foi divulgada pelo porta-voz do Pentágono, Pat Ryder. A conversa deve abordar tópicos variados, incluindo a libertação de reféns do Hamas em Gaza e a necessidade de mais ajuda humanitária para os civis.

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ONU aprova cessar-fogo

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (25), sua primeira resolução pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza após quatro tentativas fracassadas.

A resolução, apoiada por 14 países, exige um cessar-fogo imediato durante o mês sagrado islâmico do Ramadã e a libertação de todos os reféns. Além disso, a garantia do acesso humanitário para a Faixa de Gaza também está incluída no documento.

O texto aprovado foi apresentado pelos dez membros não permanentes do Conselho. A resolução foi adotada após receber 14 votos a favor, nenhum contra e a abstenção dos Estados Unidos.

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Na sexta-feira (22), a proposta americana para o cessar-fogo foi vetada pela Rússia e pela China. Antes de mais nada, os Estados Unidos já tinham vetado três resoluções anteriores do Conselho de Segurança, que pediam o fim da guerra em Gaza.

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Relembre os ataques

Na manhã do dia 7 de outubro de 2023, a fronteira entre Israel e Gaza colapsou. Pelo menos 1.500 integrantes do Hamas romperam o bloqueio à Faixa de Gaza e infiltraram o sul de Israel, onde realizaram massacres e sequestraram civis.

Os ataques mataram cerca de 1,2 mil pessoas e cerca de 250 foram feitas reféns. Em resposta, a ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Áreas residenciais e comerciais do enclave foram inteiramente destruídos pelos bombardeios israelenses.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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