
Depois de dez meses de disputa de poder que deixaram o Iraque no seu maior período sem um líder desde a independência, o clérigo xiita Moqtada al-Sadr abandonou definitivamente a política para por um fim ao impasse.
A crise que ganhou um novo capítulo nessa segunda-feira (29) é um resultado tardio da queda de Saddam Hussein e da formação do novo parlamento iraquiano em 2003. Isso se deve porque Sadr, uma das figuras mais populares do Iraque, não reconhece a legitimidade dos parlamentares que assumiram durante a intervenção internacional no país.
O líder xiita venceu as eleições para primeiro-ministro do Iraque em outubro do ano passado, mas não conseguiu um apoio no parlamento. Desde então, ele retirou seus apoiadores do governo e vem exigindo o fechamento do parlamento iraquiano.
Seus milhares de apoiadores também têm sido convocados para causar tumultos e interferir. No último dia 30, Moqtada al-Sadr convocou a população a invadir o parlamento iraquiano, num episódio onde 135 pessoas ficaram feridas. Agora com sua abdicação da vida política, seus apoiadores invadiram o Palácio Republicano, sede do governo, estima-se que 10 pessoas foram mortas nesse processo. O exército do país pediu toque de recolher para restaurar a ordem.
#BREAKING Now#Basra oil city. Moqtada al-Sadr’s forces control the presidential palaces.
And some ports, which are the only sea port of Iraq.
Basra is the oil city that produces 80% of #Iraq‘s oil production. pic.twitter.com/dTFlMLVZtn— Peshmerga (@KURDISTAN_ARMY) August 29, 2022
BREAKING: Followers of Shiite cleric Moqtada Al-Sadr tearing down a concrete wall inside Baghdad’s Green Zone after their leader announced his withdrawal from political affairs. pic.twitter.com/iIc4k5JP7I
— Aʟʊʍa (@Alumaoaluma) August 29, 2022
Essa não é a primeira vez que Sadr convoca apoiadores para realizar esse tipo de tumulto. Em 2009 os iraquianos forma às ruas em apoio ao clérigo pedir o fim da intervenção norte-americana no país.
Antes de deixar a rede social, Sadr anunciou sua renúncia no Twitter.