Após 21 anos de eleições indiretas promovidas pela ditadura militar, em 1989 a imprensa do Brasil precisava de repente se adaptar para realizar o primeiro debate presidencial da história do país. O primeiro episódio dessa nova aventura democrática foi mediado pela jornalista Marília Gabriela e contou com cenas icônicas, marcadas por muita exaltação dos candidatos e muita diversão da plateia.
O modelo desses debates já havia sido definido anos antes em 1960 (mesmo ano em que o Brasil havia elegido seu último presidente), quando a rede de TV norte-americana CBS transmitiu um embate entre Richard Nixon e John Kennedy onde os dois discutiram ideias e projetos e tudo foi mediado por um jornalista.
A primeira experiência desse modelo no Brasil seria inevitavelmente delicada, com Marília Gabriela sendo encarregada de conduzir esse momento único e mediar os confrontos entre 9 candidatos que estavam ali presentes.
Lá estavam presentes Mário Covas (PSDB), Leonel Brizola (PDT), Paulo Maluf (PDS), Afonso Camargo (PTB), Aureliano Chaves (PFL), Luís Inácio Lula da Silva (PT), Ronaldo Caiado (PSD), Guilherme Afif Domingos (PL) e Roberto Freire (PCB).
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O primeiro debate presidencial foi marcado pela presença de candidatos perseguidos, presos e exilados pelo regime militar, bem como a de apoiadores dele. Nesse contexto, uma marcante discussão acalorada entre Brizola e Maluf, opositor e apoiador do regime, respectivamente, que Marília Gabriela conseguia conter e a plateia não parava de rir da briga entre os dois.
Outro fato interessante, é que o candidato vencedor desta eleição, Fernando Collor de Mello, nem sequer esteve presente no debate.
*O texto original foi publicado no site Aventuras na História