O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira (5) o nome escolhido para o novo primeiro-ministro do país. Trata-se de Michel Barnier, político conservador de centro-direita.
A indicação acontece após um período movimentado na política francesa: meses de paralisia, ascensão da extrema direita e vitória da esquerda no parlamento. O próprio partido de Macron foi derrotado nas votações, conquistando o terceiro lugar.
Entretanto, ele pretende continuar governando com autonomia. Isso porque Barnier é um aliado de Marcon. Na França, presidente e primeiro-ministro trabalham em conjunto, mas não precisam estar em acordo. Se o premiê fosse um opositor ao presidente, Marcon ficaria limitado a determinadas funções institucionais.
Quem é Michel Barnier?
O político, de 73 anos, já foi ministro da França quatro vezes diferentes. Ele já chegou a concorrer à presidência, mas não conseguiu.
Após a indicação de Macron, ele se tornará o premiê mais velho na história do país. O conservador irá suceder Gabriel Attal, que foi o político mais novo a ocupar o cargo, e se demitiu em julho.
Eleições antecipadas
Cidadãos franceses foram às urnas em junho, antes do esperado, para escolher um novo premiê. Quem antecipou a ida às urnas foi o próprio Macron, em uma tentativa de compensar pelo fracasso eleitoral do seu partido no Parlamento Europeu. A votação escolheu deputados de todos os países da União Europeia, e a extrema direita francesa conquistou mais assentos.
Ainda assim, um bloco de partidos da esquerda também venceu, mas sem o número de necessários para formar maioria e nomear um primeiro-ministro. Por causa da realização das Olimpíadas de Paris, negociações para formar a maioria foram pausadas.
Em agosto, os políticos retomaram as conversas. A esquerda indicou um nome para o cargo, mas Macron rejeitou a sugestão. O presidente escolheu um indicado conforme os partidos com os quais negociava. A legislação francesa permite este tipo de movimentação.
Próximos passos
A nomeação de Barnier vem com um alto custo político. O Parlamento pode mobilizar uma moção de censura contra o presidente e, se aprovada, expulsá-lo do governo.
Marcon depende, agora, do órgão. A esquerda será a maioria, com 182 assentos, mesmo sem volume suficiente para formar governo. O bloco do presidente francês é o segundo maior, com 168 cadeiras, mas precisará negociar com os esquerdistas e os membros da extrema direita para garantir a continuidade da gestão de Macron.