Gita Gopinath

Milei se reúne com a vice-diretora do FMI

Figuras se encontraram para analisar o andamento do plano acordado com o governo, que possibilitou o recebimento de um desembolso de US$ 4,7 bilhões

O presidente da Argentina, Javier Milei, recebeu na Casa Rosada a vice-diretora-Gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, para analisar o andamento do plano acordado com o governo, que possibilitou o recebimento de um desembolso de US$ 4,7 bilhões.
Encontro ocorreu na Casa Rosada, em Buenos Aires – Créditos: X/Reprodução

O presidente da Argentina, Javier Milei, recebeu na Casa Rosada a vice-diretora-Gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, para analisar o andamento do plano acordado com o governo, que possibilitou o recebimento de um desembolso de US$ 4,7 bilhões.

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Em sua conta no X (anteriormente Twitter), Gopinath postou uma foto ao lado do presidente argentino e expressou: “Reunião excelente e substantiva com o Presidente @Jmilei sobre a melhor maneira de fazer o país progredir.”

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Esta manhã, durante a coletiva de imprensa regular, o porta-voz presidencial Manuel Adorni negou as informações que indicavam que o governo estaria tramitando um novo desembolso com o órgão, embora tenha reconhecido: “Estamos absolutamente alinhados com o que o Fundo possa solicitar em termos de metas e o que deve ser feito para estabilizar a economia argentina, mas de qualquer maneira o governo está disposto a estudar qualquer alternativa que acrescente valor às conversas”, afirmou Adorni. No entanto, ele descartou que o governo tenha solicitado um novo crédito: “Não, nenhum pedido foi feito, mas repito, qualquer questão pode ser discutida e nos parece que deve ser assim, de fato”, justificou.

Vale ressaltar que ontem, Gopinath se reuniu com o chefe da Fazenda, Luis Caputo. Após o encontro, o ministro da Economia levantou a possibilidade de negociar um novo programa, diferente do atual que termina em setembro e que incluiria desembolsos adicionais. Ele assegurou, durante uma entrevista televisiva, que o organismo multilateral está “aberto a explorar um novo acordo”.

A esse respeito, ele especificou que “eles colocaram a possibilidade de um novo acordo na mesa, nós também estamos estudando alternativas e discutimos sobre um novo acordo, para ver se há algo melhor para os argentinos”, embora tenha esclarecido que “não é que vamos fazer isso, mas vamos estudar”, assegurando que “se for melhor e implicar mais desembolsos, ótimo”, pois “estamos estudando o que for melhor para o país”.

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Segundo informações reveladas pelo próprio FMI, os contatos de Gopinath têm como objetivo “conhecer os desafios econômicos e sociais difíceis da Argentina, assim como seu enorme potencial”.

A comitiva liderada por Gopinath em sua visita a Buenos Aires é composta pelo subdiretor do Departamento do Hemisfério Ocidental, Luis Cubeddu, o chefe da missão argentina perante o conselho do FMI, Ashvin Ahuja, e o representante permanente no país, Ben Kelmanson, conforme informado.

Gopinath também planeja se reunir com o ministro do Interior, Guillermo Francos, antes de encontrar-se com um representante da Confederação Geral do Trabalho, Gerardo Martínez, que buscará transmitir o descontentamento dos trabalhadores pelos ajustes realizados pelo governo.

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CGT

Em representação da CGT, o líder da Uocra, Gerardo Martínez, se reunirá nesta tarde com Gita Gopinath na qualidade de secretário de Relações Internacionais da CGT e representante da América Latina e do Caribe na Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Em entrevista à agência Télam, Martínez disse que transmitirá a Gopinath que “os trabalhadores” buscam “estabilidade econômica” e, além disso, pedirá que ela “intervenha” para que o governo os receba.

A reunião ocorrerá a partir das 15h na sede do FMI em Buenos Aires, após os encontros que Gopinath teve com o presidente Javier Milei e que ela mantém agora com o ministro do Interior, Guillermo Francos, na Casa de Governo.

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“Vou transmitir a ela que os trabalhadores estão sofrendo, que buscamos estabilidade econômica e acreditamos que o diálogo político e social é necessário. Não há força política que, sozinha, possa resolver os problemas estruturais da Argentina”, disse o líder sindical.

“Estamos vivendo uma recessão extrema nunca antes vista, e para muitos setores da sociedade, essa situação é intolerável. A inflação é o imposto sobre a pobreza, quanto maior a inflação, mais pobres ficamos na Argentina, especialmente os trabalhadores”, destacou o dirigente.

Além disso, Martínez explicou: “Acreditamos no diálogo institucional, no diálogo social, por isso todos os argentinos votamos no ano passado e queremos consolidar nosso sistema democrático, mas também consolidar nosso programa para uma Argentina inclusiva, que valorize a cultura, o trabalho, o desenvolvimento produtivo e o investimento”.

“Vou para a reunião nessa sintonia, entendendo que neste momento estamos enfrentando uma recessão extrema sem precedentes, e não sabemos até onde a sociedade pode tolerar essa situação”, concluiu.

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