O furacão Milton atraiu a atenção do mundo ao transformar-se em um dos ciclones mais poderosos da temporada de 2024 no Atlântico Norte. Iniciado em 05 de outubro sobre o Golfo do México, este sistema meteorológico mostrou uma intensificação surpreendente, exemplificando um fenômeno cada vez mais comum em tempos de aquecimento global.
Milton, que inicialmente era categorizado como um furacão de nível 1, rapidamente escalou para categoria 5 em apenas 12 horas, antes de novamente se estabilizar em um nível 4 enquanto avançava em direção à Flórida. Esses rápidos desenvolvimentos levantam importantes questões sobre os fatores que impulsionam tais intensificações.
Por que ocorrem essas rápidas intensificações?
Segundo especialistas, o aquecimento das águas oceânicas e condições atmosféricas favoráveis são fatores-chave na rápida intensificação de furacões. As águas do Golfo do México estavam a cerca de 30°C, proporcionando energia abundante para fortalecer Milton. Além disso, o fraco cisalhamento vertical do vento permitiu que o sistema mantivesse sua estrutura organizada, incentivando ainda mais seu crescimento.
O que está impulsionando o furacão Milton?
Historicamente, a rápida intensificação como vista em Milton é rara, mas estudos indicam uma tendência de aumento. O Serviço Meteorológico Americano (NWS) identifica uma intensificação rápida quando há um aumento de pelo menos 56 km/h nos ventos sustentados em 24 horas. Milton quebrou essa marca ao aumentar seus ventos em 153 km/h, destacando-se entre os ciclones mais intensos registrados no Atlântico.
- Milton (2024): pressão mínima de 897 hPa
- Wilma (2005): pressão mínima de 882 hPa
- Gilbert (1988): pressão mínima de 888 hPa
Como o aquecimento global está relacionado?
A influência do aquecimento global no comportamento dos ciclones é um ponto de intenso estudo científico. Conforme os oceanos se aquecem, mais energia está disponível para alimentar esses sistemas, resultando em furacões mais poderosos e frequentes. Estima-se que, embora o número total de ciclones possa diminuir, a intensidade dos que ocorrem tende a aumentar.
Pesquisas sugerem que as rápidas intensificações, como a de Milton, não podem ser explicadas apenas pela variabilidade natural do clima. O impacto humano é um fator significativo nas mudanças ambientais, amplificando os efeitos do aquecimento global.
O que esperar do futuro?
Com o planeta em uma trajetória de aquecimento, furacões como Milton podem se tornar cada vez mais comuns. A temporada de furacões de 2024, com seus fenômenos intensos como Beryl, Helene e Milton, talvez seja um prenúncio do que está por vir.
Preparamos uma lista dos principais fatores contribuintes para a intensificação dos furacões:
- Temperatura elevada da superfície do mar.
- Sistema de cisalhamento do vento favorável.
- Alterações climáticas globais.
Entender o impacto do aquecimento global nos sistemas meteorológicos é vital para prepararmos medidas eficazes de mitigação e adaptação. No futuro, poderemos precisar de estratégias mais robustas para enfrentar a intensificação e frequência dos ciclones tropicais.
Siga a gente no Google Notícias