diplomacia

Netanyahu: “Estados Unidos e Israel estão juntos hoje, amanhã e sempre”

Primeiro-ministro israelense faz primeira visita aos EUA desde que assumiu seu sexto mandato como primeiro-ministro no final de 2022

Em uma declaração contundente antes de sua viagem a Washington, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou na segunda-feira (22) que Israel permanecerá como o aliado mais forte dos Estados Unidos no Oriente Médio, independentemente do resultado das eleições presidenciais de novembro.
Benjamin Netanyahu – Créditos: Getty Images

Em uma declaração contundente antes de sua viagem a Washington, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou na segunda-feira (22) que Israel permanecerá como o aliado mais forte dos Estados Unidos no Oriente Médio, independentemente do resultado das eleições presidenciais de novembro. A visita marca a primeira ida de Netanyahu ao seu principal aliado internacional desde que assumiu seu sexto mandato como primeiro-ministro no final de 2022.

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Netanyahu ressaltou que durante sua visita irá agradecer ao presidente Joe Biden por seu apoio a Israel ao longo dos anos e discutirá questões cruciais como a libertação dos reféns israelenses em Gaza, a derrota do grupo islâmico Hamas e a contenção do Irã e seus aliados na região.

Uma reunião entre Netanyahu e Biden está provisoriamente agendada para terça-feira (23), caso o presidente de 81 anos se recupere da Covid-19. O discurso de Netanyahu no Congresso dos EUA está programado para quarta-feira (24).

“Direi aos meus amigos de ambos os lados do corredor que, independentemente de quem o povo americano escolher como seu próximo presidente, Israel permanece o aliado indispensável e forte dos Estados Unidos no Oriente Médio”, declarou Netanyahu antes de embarcar.

“Neste momento de guerra e incerteza, é importante que os inimigos de Israel saibam que os Estados Unidos e Israel estão juntos hoje, amanhã e sempre”, acrescentou ele, enfatizando a importância de manter o apoio bipartidário a Israel.

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A visita ocorre em meio a relações frias com Washington, desencadeadas pela ofensiva israelense em Gaza após o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro. O discurso de Netanyahu ao Congresso deve focar na coordenação das respostas de Israel e dos EUA à situação volátil no Oriente Médio, onde há um risco crescente de a guerra em Gaza se expandir para um conflito regional mais amplo.

Espera-se que o discurso seja menos confrontador do que o pronunciamento de Netanyahu ao Congresso em 2015, quando criticou o acordo nuclear com o Irã promovido pelo então presidente Barack Obama.

Pressões sobre Netanyahu

A pressão dos EUA sobre Israel para retomar as negociações visando um acordo político com os palestinos, e a ameaça de reter armas, aumentaram a percepção de que os laços entre os países enfraqueceram sob Netanyahu. Ele também enfrenta protestos em Israel exigindo um cessar-fogo em Gaza.

“Parte do objetivo é tentar mostrar que, apesar de tudo o que foi dito, com todos os protestos, Netanyahu ainda é o líder, ainda tem apoio e mantém fortes relações com os Estados Unidos”, disse Yonatan Freeman, especialista em relações internacionais da Universidade Hebraica de Jerusalém, à agência Reuters.

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O convite para Netanyahu discursar em uma reunião conjunta do Congresso, uma honra geralmente reservada para os aliados mais próximos dos EUA, foi organizado pela liderança republicana da Câmara dos Representantes, que acusou Biden de não mostrar apoio suficiente a Israel.

Não há sinais imediatos de que Netanyahu se encontrará com o candidato presidencial republicano Donald Trump. Embora tenham forjado um relacionamento próximo durante a presidência de Trump, ele criticou Netanyahu recentemente e afirmou que a guerra em Gaza deve terminar rapidamente.

Enquanto a recepção de Netanyahu no Congresso deve ser calorosa, os protestos em campi universitários dos EUA sugerem que sua recepção fora do círculo oficial de Washington pode ser hostil. Ativistas que se opõem à ofensiva de Israel em Gaza e ao apoio dos EUA planejam protestos no Capitólio na quarta-feira. A polícia espera um “grande número de manifestantes” e está tomando medidas adicionais de segurança, embora não haja ameaças conhecidas.

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Israel enfrenta isolamento internacional devido à sua campanha em Gaza, que, segundo autoridades de saúde de Gaza, matou quase 39 mil palestinos. Além disso, a expansão dos assentamentos na Cisjordânia ocupada e os ataques de colonos judeus contra palestinos aumentaram a tensão.

Um parecer emitido na sexta-feira pelo Tribunal Internacional de Justiça declarando ilegal a ocupação de territórios palestinos por Israel foi criticado por Washington. Isso se soma a outros desenvolvimentos, como a decisão do procurador do Tribunal Penal Internacional de buscar um mandado de prisão contra Netanyahu.

Em Israel, Netanyahu enfrenta crescente pressão para negociar um acordo que interrompa os combates em Gaza e permita o retorno de 120 reféns – vivos ou mortos – ainda mantidos no enclave governado pelo Hamas. Netanyahu resistiu às pressões por uma investigação sobre as falhas de segurança antes do ataque de 7 de outubro, no qual 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 sequestradas para Gaza.

Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos israelenses responsabiliza Netanyahu e votaria contra ele se as eleições fossem realizadas. Ele será acompanhado por Noa Argamani, uma refém resgatada por comandos israelenses no mês passado. Sua presença foi criticada por outras famílias de reféns, que afirmam que Netanyahu não fez o suficiente para garantir a libertação de seus entes queridos.

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