VIOLÊNCIA

ONU aprova força internacional para combater gangues no Haiti

Estima-se que cerca de 5,2 milhões de pessoas, quase metade da população do país, necessitam atualmente de assistência humanitária

ONU aprova força internacional para combater gangues no Haiti
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Hnery, discursa na Assembleia da ONU (Crédito Foto: Spencer Platt/Getty Images)

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou uma força multinacional para atuar no Haiti, enquanto a nação caribenha enfrenta uma violência generalizada de gangues.

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O conselho, composto por 15 membros, votou esmagadoramente a favor nessa segunda-feira (2), com 13 países aprovando uma missão liderada pelo Quénia ao Haiti. Os restantes, Rússia e China, abstiveram-se, citando receios sobre a história conturbada com envolvimento estrangeiro.

O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, solicitou repetidamente assistência internacional ao longo do ano passado, à medida que a violência dos gangues aumentava, levando a uma insegurança cada vez maior e a uma onda de represálias.

A ONU estima que 5,2 milhões de pessoas, quase metade da população do país, necessitam atualmente de assistência humanitária. A violência das gangues obrigou aproximadamente 200 mil residentes a se mudarem e matou três mil pessoas só este ano;  destas, mais de 1.500 foram sequestradas com pedido de resgate.

No mês passado, o poderoso líder de gangue Jimmy “Barbecue” Chérizier anunciou que planeava derrubar o governo de Henry, provocando mais receios sobre a estabilidade no país.

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Em resposta à violência, a resolução da ONU de segunda-feira (2) autoriza a criação e o envio durante um ano de uma missão de “Apoio à Segurança Multinacional” (MSS) para reforçar a polícia haitiana, restaurar a segurança e proteger infraestruturas essenciais. A força estaria sujeita a uma revisão após nove meses.

O ministro das Relações Exteriores do Haiti, Jean Victor Geneus, aplaudiu a votação de segunda-feira, pedindo aos países que se comprometam a participar “o mais rápido possível”.

“Mais do que um simples voto, esta é de facto uma expressão de solidariedade para com uma população em dificuldades”, disse. “É um vislumbre de esperança para as pessoas que sofrem há muito tempo”, completou.

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