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Pesquisa na Argentina: 48% desaprovam o “decretaço”; 47% apoiam

A enquete foi conduzida online, com 1.910 cidadãos argentinos entre 16 e 85 anos em todo o país, entre 20 e 25 de janeiro

Em meio ao debate sobre a Lei Ômnibus na Câmara dos Deputados, uma pesquisa nacional analisou o apoio dos cidadãos ao Decreto de Necessidade de Urgência (DNU) para desregulamentar a economia.
Presidente Javier Milei vai completar dois meses no cargo – Créditos: Perfil.com

Em meio ao debate sobre a Lei Ômnibus na Câmara dos Deputados, uma pesquisa nacional analisou o apoio dos cidadãos ao Decreto de Necessidade de Urgência (DNU) para desregulamentar a economia. A pesquisa revelou que quase 50% dos entrevistados são contra a medida, sendo que os maiores opositores são aqueles que se identificam com o partido União pela Pátria (UxP), enquanto entre os seguidores de A Liberdade Avança (LLA) e Juntos pela Mudança (JxC), a política é bem recebida.

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Os dados foram obtidos em uma pesquisa à qual o Perfil Argentina teve acesso e que foi realizada pela consultoria Fixer. A pesquisa foi conduzida online, com 1.910 cidadãos argentinos entre 16 e 85 anos em todo o país. O estudo ocorreu entre 20 e 25 de janeiro, com uma margem de erro de 2,3% para mais ou para menos.

Para a pergunta “Em relação ao DNU 70/2023 – Bases para a reconstrução da economia argentina – do presidente Javier Milei, você diria que, em geral, esses…?”, 48% dos entrevistados mostraram-se contrários à medida promovida pelo mandatário. Por outro lado, 47% apoiaram a política, percentual compreendido tanto por aqueles que estavam “muito de acordo” quanto os que se sentiam “algo de acordo”.

Ao analisar entre as três principais forças, a pesquisa concluiu que os maiores opositores eram os eleitores da UxP. Nesse sentido, quase a totalidade dos entrevistados afirmou estar muito ou algo em desacordo, totalizando 98%. Apenas 2% opinaram estar algo ou muito de acordo. 0% não souberam responder.

O maior apoio é observado entre os eleitores do presidente. Nesse sentido, 86% dos entrevistados endossaram o decreto, enquanto 13% não compartilharam a iniciativa. Neste caso, 1% não respondeu.

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Os seguidores de Juntos pela Mudança (JxC) apresentaram números semelhantes aos libertários. 81% estavam a favor e 17% contra, mantendo a mesma tendência dos eleitores de La Libertad Avanza (LLA). O percentual de pessoas que não responderam também não variou significativamente, sendo de 2%.

A consultora Fixer explicou ao Perfil que “a divisão na sociedade se expressa neste tema, onde, em termos gerais, há 47% que apoia e 49% que rejeita”. “O DNU tem o apoio de mais de 85% entre os que votaram em Milei. O problema é a rejeição de quase 100% entre aqueles que votaram em Massa, acrescentaram.

A imagem de Javier Milei

Na análise da imagem dos líderes políticos, Milei se posicionou em primeiro lugar, embora com uma queda em relação aos números de dezembro. Nesse sentido, a imagem positiva foi de 46%, e a negativa, de 50%. No mês passado, a relação era de 49% a favor e 40% contra. De acordo com os dados, os principais apoiadores do presidente são os jovens da geração Z (54%) e os homens (49%).

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Ao comparar os dados por partido, o presidente mostrou adeptos tanto de seu próprio espaço quanto dos seguidores de Juntos pela Mudança (JxC). No primeiro caso, as avaliações positivas chegaram a 88%, contra 11% de negativas e 1% de neutras. No segundo, o apoio foi de 78%, a rejeição de 16% e a neutralidade de 6%.

Por outro lado, quase todos os eleitores da União pela Pátria (UxP) o veem de maneira negativa, atingindo 98%. Neste caso, nenhum dos entrevistados expressou apoio explícito ao presidente, sendo que apenas 2% têm uma imagem neutra dele.

Quanto ao apoio de seus próprios eleitores, a consultora explicou que “desde sua posse até hoje, há uma leve queda (3%) na imagem positiva de Milei, explicada em sua maioria pelos eleitores de Milei nas eleições gerais, provavelmente aqueles que esperavam avanços e mudanças no primeiro dia”.

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No entanto, esclareceram “o apoio continua sendo muito alto, tanto em relação à sua figura pessoal, à gestão e às medidas que está tomando”. “Entre seus eleitores, há um apoio de 86% às mudanças nas leis trabalhistas, 87% concordam com as privatizações e 45% dão um prazo de mais de seis meses para que a inflação diminua”, acrescentaram.

Os responsáveis pela inflação

Outro aspecto analisado pela pesquisa foi a percepção em relação ao nível atual de inflação, que foi de 25,5% em dezembro, e as consultoras estimam que ficará em torno de 20% em janeiro. Sob a premissa “Quem você considera como o principal responsável pelo atual nível de inflação?”, 49% atribuem os números à “herança recebida do governo de Alberto Fernández“, enquanto 31% consideram que é produto do governo de Javier Milei. Por sua vez, 19% opinam que ambas as administrações são responsáveis pelos aumentos de preços.

Assim como no estudo por partidos, os seguidores de La Libertad Avanza (LLA) e Juntos pela Mudança (JxC) mostraram a mesma tendência, enquanto os eleitores da União pela Pátria (UxP) se posicionaram do lado oposto. Nesse sentido, 87% dos libertários consideraram que se trata da herança da gestão anterior, enquanto esse número é de 84% para os adeptos de JxC.

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Dese modo, 6% dos seguidores de LLA e 7% dos seguidores de JxC acreditam que é culpa da administração atual. Quanto aos que opinaram que a responsabilidade é tanto de Fernández quanto de Milei, esse número foi de 6% para os eleitores do atual mandatário e 9% para os de JxC.

No caso daqueles afiliados à União pela Pátria (UxP), embora a maioria tenha culpado Milei, houve um alto percentual que também considerou a herança kirchnerista como um fator da inflação. Nesse sentido, 28% atribuíram a responsabilidade a ambos os governos. Por outro lado, 68% consideraram que o principal responsável é Milei, enquanto 2% opinaram que é resultado da administração de Fernández.

 

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