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Pronatalismo: grupo têm muitos filhos para não ter que usar mão de obra estrangeira

O movimento pronatalista ganhou destaque com figuras como Elon Musk, CEO da Tesla e do X (antigo Twitter), que tem 11 filhos e vê a queda na natalidade como uma ameaça maior que o aquecimento global

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Malcolm e Simone Collins acreditam no pronatalismo e fundaram a Pronatalist Foundation – Crédito: Divulgação

O pronatalismo é um movimento que surgiu em contradição a um momento em que o mundo busca soluções para o consumo desenfreado de recursos naturais e combustíveis fósseis, e defende que a resposta está na procriação. Os pronatalistas, como são conhecidos, argumentam que a baixa taxa de natalidade em países desenvolvidos é uma ameaça maior do que a crise climática, e propõem incentivos para aumentar a natalidade.

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Estudos dizem que para manter a população estável, cada mulher deve ter 2,1 filhos. Contudo, nos EUA, a taxa é de 1,6; na Inglaterra e no País de Gales, 1,49; na China, 1,2; e na Coreia do Sul, 0,72 – a mais baixa do mundo. Um estudo da revista The Lancet revela que 97% das nações enfrentam o mesmo desafio.

O movimento pronatalista ganhou destaque com figuras como Elon Musk, CEO da Tesla e do X (antigo Twitter), que tem 11 filhos e vê a queda na natalidade como uma ameaça maior que o aquecimento global. Sam Altman, CEO da OpenAI, também apoia a causa e investe em startups de tecnologia reprodutiva. Ambos acreditam que aumentar a população é essencial para manter a civilização e evitar a dependência de mão de obra estrangeira.

Quando surgiu o pronatalismo?

A Pronatalist Foundation, criada por Malcolm e Simone Collins, é um exemplo de iniciativa nesse sentido. O casal, que espera seu quarto filho, pretende ter sete através de reprodução assistida e rigorosa seleção de embriões. Para eles, não se trata de uma questão religiosa, mas de uma crença na ciência e na necessidade de preservar seu legado cultural.

“Somos a primeira organização pró-natalista do mundo. Embora alguns tenham alegado uma motivação parcialmente semelhante, normalmente usam o pronatalismo como um instrumento para outros fins ideológicos ou religiosos. Assumimos uma postura estritamente não-denominacional com foco na ciência e nos dados”, diz o site da fundação.

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Ainda assim, historicamente, o pronatalismo não é novidade. Na França de Luís XIV, homens com mais de dez filhos legítimos recebiam privilégios. Hoje, mais de um quarto dos países tem políticas pronatalistas, oferecendo desde tratamentos de infertilidade até incentivos financeiros para quem deseja ter mais filhos. Segundo a Research and Markets, a indústria de fertilidade pode alcançar 78 bilhões de dólares até 2025.

A defesa do pronatalismo não se limita a argumentos populacionais. Há uma preocupação com a preservação dos legados culturais e econômicos. Jeff Bezos, dono da Amazon, por exemplo, investiu bilhões em biotecnologia na última década para desafiar a morte, embora os avanços ainda não tenham resultado em uma extensão significativa da longevidade.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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