Alex Jones, um apresentador de um talk show de extrema-direita nos Estados Unidos, foi obrigado por um júri de Connecticut, nesta quarta-feira (12), a pagar a oito famílias de vítimas de tiroteio da escola “Sandy Hook Elementary School”, e a um socorrista, US$ 965 milhões em danos compensatórios (cerca de R$ 5 bilhões).
Jones disse repetidamente após o tiroteio em massa, no qual 26 pessoas foram mortas em 2012, que o incidente foi encenado e que as famílias e os socorristas eram “atores de crise”.
A decisão encerra um julgamento de semanas que exibiu os graves danos infligidos pelas mentiras do teórico da conspiração.
Segundo a CNN, a decisão pode encolher ou até mesmo condenar o império de mídia Infowars de Jones, que tem estado no centro das principais teorias da conspiração que remontam ao governo do ex-presidente George W. Bush e foi abraçado pelo presidente Donald Trump.
Isto marca um momento chave no processo de anos que começou em 2018, quando as famílias entraram com uma ação legal contra Jones e sua empresa, a Free Speech Systems, controladora da organização de mídia Infowars.
As famílias das vítimas, alguns funcionários da escola e o socorrista descreveram ao longo do julgamento em termos comoventes como as mentiras provocaram assédio implacável contra eles e agravaram a agonia emocional de perder seus parentes.
Jones não estava no tribunal para o veredicto. Ele estava em uma transmissão ao vivo quando a decisão do júri foi lida, zombou da decisão em seu programa Infowars e a usou para arrecadar fundos.
O apresentador disse que vai apelar a decisão e, durante sua transmissão de quarta-feira, disse que “não há dinheiro” para pagar a quantia.
Jones optou por não testemunhar em sua própria defesa como planejado originalmente, procurou se retratar como vítima de uma elaborada conspiração de “estado profundo” contra ele.
Em um momento particularmente explosivo no julgamento, ele se envolveu com um advogado dos queixosos, acusando-o de “perseguição”, antes de cair em um discurso desordenado no tribunal sobre “liberais”.
O juiz que supervisiona o caso advertiu Jones várias vezes durante seu depoimento, alertando-o até mesmo em um ponto que ele poderia ser detido por desacato ao tribunal se violasse suas regras no futuro. Assim, Jones atacou o juiz, chamando-o de “tirano”.