Advogados de Joe Biden encontraram um segundo lote de documentos do período em que ele foi vice-presidente dos Estados Unidos. A papelada foi encontrada em um novo local que também é associado ao presidente. Não foi divulgado exatamente quando e onde foram recuperados os registros, mas os assessores e advogados de Biden tem vasculhado vários locais desde o ano passado.
O primeiro lote de documentos confidenciais foi encontrado em novembro de 2022, em um escritório do think tank Penn Biden Center for Diplomacy and Engagement, em Washington, centro afiliado à Universidade da Pensilvânia. Biden foi professor honorário da instituição entre 2017 e 2019. Segundo o assessor Richard Sauber, advogados faziam empacotamento de arquivos para desocupar o escritório quando encontraram os papeis que incluíam materiais sobre outros países. A Casa Branca notificou o Arquivo Nacional, que buscou a papelada no dia seguinte à descoberta.
Os ataques dos Republicanos começaram logo que o caso veio à tona. Eles acusam o chefe do executivo americano de hipocrisia por chamar o ex-presidente Donald Trump irresponsável depois de armazenar documentos sensíveis em seu clube e residência privados na Flórida. O representante do Partido Republicano publicou um pedido para o Arquivo Nacional e a Administração de Registros, que deveria receber todos os documentos altamente sensíveis depois que uma administração deixa o escritório do executivo, incluindo todos os documentos e correspondências.
O Departamento de Justiça americano abriu um processo de investigação e avalia como proceder em relação ao caso. Um membro da equipe legal de Biden e porta-voz da Casa Branca não respondeu imediatamente a pedidos de comentário sobre o assunto, incluindo questionamentos sobre quando o presidente foi informado sobre a descoberta e o motivo pelo qual se passaram dois meses até que a informação fosse divulgada.
O que Biden diz
A repórteres que o questionaram na Cidade do México, na última terça-feira (10), sobre o primeiro lote encontrado, Biden disse que ficou “surpreso” em saber sobre a descoberta de seus advogados de documentos governamentais em seu antigo escritório na Penn Biden Center for Diplomacy and Global Engagement. Ele também declarou que a equipe cooperou com o Arquivo Nacional e com o Departamento de Justiça. Por fim, disse que não sabe o que consta nos documentos em questão.
As regulamentações governamentais exigem que o acesso aos documentos especiais sejam limitados a pessoas previamente autorizadas a ter acesso a eles e devem ser armazenados em compartimentos especiais que limitam o risco de exposição de informações sensíveis.
Caso Trump
Este é o segundo caso recente em que presidentes arquivam documentos oficiais em locais privados. Quando Donald Trump deixou a administração, agentes do Arquivo Nacional identificaram que alguns documentos sensíveis não tinham sido recuperados e fizeram diversos apelos pela devolução da papelada. O caso chegou ao Departamento de Justiça, que conduziu uma busca aprovada pela corte no imóvel de Mar-a-Lago de Trump. Materiais confidenciais, alguns até mesmo com as marcas mais restritivas de top secret (ultra secreto, em português) foram encontrados.
O New York Times, por exemplo, ressaltou que mesmo com as poucas semelhanças com este caso, Biden colaborou, voluntariamente e imediatamente devolvendo todos os documentos em sua posse ao Arquivo Nacional, que por sua vez alertou o departamento de Justiça.
Apesar da cooperação, um novo lote de documentos confidenciais em espaço privado do presidente pode prejudicar fortemente sua imagem, especialmente depois de suas próprias críticas ao caso de Donald Trump.
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