CORRUPÇÃO

Tribunal francês condena ex-presidente Nicolas Sarkozy a 3 anos de prisão; entenda as acusações

A defesa reafirma que o político é inocente e que recorrerá da decisão.

Tribunal francês condena ex-presidente Nicolas Sarkozy a três anos de prisão; entenda as acusações
O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, terá que usar pulseira eletrônica por um ano (Crédito Foto: Dominique Charriau/Getty Images)

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy perdeu recurso contra uma condenação de 2021 por corrupção e tráfico de influência no Tribunal de Apelações de Paris nesta quarta-feira (17). Sarkozy governou a França de 2007 a 2012.

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Os magistrados determinaram a mesma pena de prisão proferida no julgamento em primeira instância, em março de 2021. O ex-mandatário, de ideologia conservadora, tornou-se então o primeiro ex-presidente da Quinta República, instaurada em 1958, condenado à prisão.

O tribunal manteve a sentença de três anos de prisão. No entanto, de acordo com a decisão inicial, dois desses anos foram suspensos e Sarkozy usaria uma pulseira eletrônica em vez de ir para a prisão pelo ano restante.

A advogada do ex-presidente disse que ele não cometeu nenhum delito e descreveu a decisão como “estupefaciente”. “Nicolas Sarkozy é inocente das acusações”, afirmou a advogada de defesa Jacqueline Laffont. “Não vamos desistir dessa luta”.

Sarkozy, 68 anos, levará agora sua batalha legal à mais alta corte da França, a Cour de Cassation, disse Laffont. Ele ouviu a decisão no banco dos réus do tribunal em Paris.

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Esta corte analisa decisões de tribunais inferiores com base em erros legais ou processuais, mas não em aspectos factuais. Um tribunal inferior considerou, em 2021, Sarkozy culpado de tentar subornar um juiz após deixar o cargo e de vender influência em troca de informações confidenciais em uma uma investigação sobre as finanças de sua campanha vitoriosa de 2007.

Conhecido na França como o “caso das escutas telefônicas”, o ex-presidente está indiretamente ligado a uma suspeita de financiamento ilegal de campanha antes das eleições de 2007.

Em 2013, investigadores que analisavam os fluxos de dinheiro oriundos da Líbia grampearam duas linhas telefônicas de Sarkozy e descobriram uma linha secreta usada pelo ex-presidente e seu advogado, Thierry Herzog.

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As investigações revelaram também que Sarkozy conspirou para garantir um excelente emprego no Principado de Mônaco para um juiz, Gilbert Azibert, em troca de informações privilegiadas sobre alegações de que ele havia aceitado pagamentos ilegais da herdeira da L’Oreal, Liliane Bettencourt.

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