"TERRORISMO"

Venezuela: Maduro classifica partido da oposição como ‘terrorista’

O ‘Vem Venezuela’ é o partido de María Corina Machado, principal oponente de Maduro nas próximas eleições

Um acordo foi assinado por oito candidatos da Venezuela, incluindo Nicolás Maduro, prometendo respeitar os resultados do pleito.
Maduro classifica partido da oposição como ‘terrorista’ – Créditos: Agência Brasil

Nesta terça-feira (26), Nicolás Maduro, o atual presidente da Venezuela, deu uma declaração em transmissão para o canal de televisão estatal em que classificou o partido opositor como terrorista. O ‘Vem Venezuela’ é a sigla de María Corina Machado, a principal oponente de Maduro nas próximas eleições. No dia 28 de julho os venezuelanos elegerão o presidente e María é favorita nas pesquisas.

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A política foi impedida de concorrer, tendo sua inscrição vetada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O conselho também vetou Corina Yoris, uma professora universitária que iria substituir a candidatura de Machado.

Estão me perseguindo para tentar atentar contra minha vida, como foi demonstrado ontem com a captura dos indivíduos do movimento terrorista chamado Vem Venezuela. Será Vem Terrorista“, afirmou Maduro durante discurso.

Na segunda-feira (25), Nicolás Maduro já havia dito que haviam tentado o matar. Segundo ele, dois homens armados planejavam assassiná-lo durante o evento da inscrição de sua candidatura, em Caracas. Ambos os suspeitos foram presos. Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuela, revelou que os dois suspeitos eram apoiadores do partido de María Corina e que eles serão indiciados por tentativa de homicídio contra o presidente.

Repercussões do “terrorismo” do partido de María

Em nota, o partido Vem Venezuela negou as acusações e afirmou que elas não tinham evidência alguma. O texto disse que a ação era “claramente uma nova investida empreendida pelo regime para justificar mais perseguições e detenções contra aqueles que assumiram o direito de exigir as mudanças democráticas que a maioria dos cidadãos pede para o país”.

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Nos últimos dias, sete membros da equipe de María Corina foram presos e há mandados de prisão contra mais sete. Em janeiro, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) aprovou a proibição de candidatura da opositora pelos próximos 15 anos. Esta medida viola o Acordo de Barbados, que foi firmado no ano passado por representantes do governo de Maduro, da oposição e da Casa Branca, que contou com observação de outros países, como o Brasil.

Ainda na terça-feira, o governo da Argentina relatou que a embaixada do país, em Caracas, sofreu um corte no fornecimento de energia. No local, estão abrigados ao menos cinco opositores do presidente venezuelano, que tiveram ordem de prisão decretada.

O comunicado emitido pelo governo de Javier Millei, afirma que o corte aconteceu na segunda-feira, sem aviso prévio ou justificativa. “O governo da Venezuela contra qualquer ação deliberada que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático argentino e dos cidadãos venezuelanos sob proteção”, diz a nota. O governo argentino não explicou se a energia voltou, e o o governo de Maduro não se pronunciou sobre o assunto.

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Magallí Meda, Claudia Macero, Humberto Villalobos, Pedro Urruchurtu e Omar González são alguns dos dirigentes oposicionistas que estão abrigados na embaixada. Todos tem acusações de “ações violentas”, “terrorismo” e “desestabilização” da Venezuela.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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