1,7 MIL DETENÇÕES

Venezuela registra maior número de presos políticos do século, diz ONG

Organização aponta que houve um aumento considerável das apreensões após a eleição presidencial de 28 de julho; oposição denuncia fraude

De acordo com a ONG Foro Penal, a Venezuela registrou o maior número de detenções com motivação política em quase 25 anos.
Oposição denunciou uma “escalada repressiva”, e as autoridades responsabilizaram González e a líder opositora María Corina Machado pela violência nos protestos – Crédito: Jornal Nacional/ Reprodução

A situação na Venezuela se agrava com a rápida escalada do número de presos políticos. De acordo com a ONG Foro Penal, até o dia 28 de fevereiro de 2024, o país registrou o maior número de detenções com motivação política em quase 25 anos, totalizando 1.780 prisões. O aumento de detenções ocorreu após a eleição presidencial de 28 de julho de 2023, quando o atual presidente, Nicolás Maduro, foi proclamado reeleito em meio a acusações de fraude por parte da oposição.

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Antes da eleição, a ONG Foro Penal registrava 199 presos políticos. No entanto, após o pleito, esse número disparou, com mais 1.581 casos sendo contabilizados. O presidente Maduro foi reeleito com 52% dos votos contra 43% do seu principal adversário, Edmundo González Urrutia.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou os resultados sem apresentar os dados desagregados da apuração, seção por seção, como exige a lei, o que levantou suspeitas de fraude. Os protestos subsequentes deixaram 27 mortos, 192 feridos e mais de 2.400 detidos, conforme números oficiais. Dos 1.780 detidos, 114 são adolescentes.

Prisões políticas na Venezuela

A escalada repressiva denunciada pela oposição é vista como uma resposta do governo às manifestações que tomaram conta do país logo após a eleição. A oposição, liderada por González e María Corina Machado, alega que houve manipulação dos resultados eleitorais, com González afirmando que venceu com mais de 60% dos votos.

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Após a eleição, Maduro pediu a prisão de González e Machado, e o procurador-geral, Tarek William Saab, intimou o candidato opositor várias vezes, sem sucesso. O chavismo e a oposição voltaram a se manifestar nas ruas nesta quarta-feira, quando completa um mês da eleição.

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