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Após atentado contra Trump, aliados de Lula temem fortalecimento da direita

Políticos descartam que crime possa influenciar resultados das eleições municipais brasileiras

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Ataque a Trump gerou repúdios e exaltações por parte de políticos brasileiros – Créditos: Getty Images

Após o atentado contra Donald Trump no último sábado (13), aliados do presidente Lula (PT) têm receio de que o discurso de perseguição contra a extrema direita ganhe forças, alimentando a base do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi atacado com uma facada em 2018 durante campanha presidencial.

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Com o dia de votação nos EUA cada vez mais próximo, a preocupação se estende à pressão contra Joe Biden e os resultados das eleições. Lula já havia declarado seu apoio ao democrata ainda em junho deste ano.

Bolsonaro comparou, nas redes sociais, seu ataque e o de Trump. “Atentados são contra as pessoas de bem e conservadores“, escreveu Bolsonaro neste domingo (14). Logo após o crime, Jair descreveu Trump como o “maior líder mundial” e publicou que eles se veriam na posse. Entretanto, o ex-presidente está com o passaporte apreendido por ordem do STF.

Apesar de constantes comparações, os ataques de Trump e Bolsonaro possuem algumas diferenças fundamentais. O brasileiro foi hospitalizado e não foi aos debates presidenciais. O republicano, por outro lado, já recebeu sua alta.

O que pensam os políticos brasileiros?

A maior parte dos políticos brasileiros não acredita que o atentado contra Trump possa influenciar as eleições municipais, marcadas para outubro. Isso vale para diferentes partidos e cargos.

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O senador Humberto Costa (PT-PE), por exemplo, que é coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT, pensa que o episódio não irá alterar a participação do presidente Lula nas campanhas deste ano, mesmo com uma maior preocupação sobre sua segurança.

À Folha, ele disse que o presidente marcará presença na convenção eleitoral que oficializa a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo, a ser realizada neste sábado (20). “Na verdade acho que haverá mais cuidados ainda. Mas não creio que ele vá mudar de ideia em participar da campanha. Inclusive, ele já vai para a convenção do Boulos”, afirma.

Para Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o atentado de sábado possui um poder de influência, max exclusivamente no Estados Unidos por conta da “maior revolta dos eleitores”.

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O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), desejou rápida recuperação ao candidato republicano e destacou a necessidade de buscar a “convivência pacífica e democrática” para evitar futuras tragédias. Ele afirmou que atos extremistas e violentos têm se repetido em todo o mundo, não apenas na esfera política, e que é urgente refletir sobre esse estado permanente de ódio.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também se manifestou, repudiando veementemente qualquer ato de violência, como o sofrido por Trump. Ele ressaltou que as divergências devem ser resolvidas pelo voto da maioria e pela vontade do povo.

Repúdios ao ataque contra Trump

Similarmente a Lula, diversos outros integrantes do governo repudiaram publicamente o ataque sofrido por Trump. A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), enfatizou que toda violência política enfraquece a democracia e precisa ser duramente condenada. “Minha solidariedade ao ex-presidente Trump. Que tristeza, mais esse episódio de violência contra um candidato no curso de sua campanha”, declarou.

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Na mesma linha, o líder do governo Lula no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que a violência contra Trump deve ser repudiada por todos os democratas do mundo. O político aproveitou para sugerir o aumento do imposto sobre armas no Brasil, diante do ocorrido.

Por outro lado, os aliados de Bolsonaro tentaram usar o ataque para reforçar o argumento de que líderes conservadores são perseguidos. Jair Renan, um dos filhos de Bolsonaro, publicou nas redes sociais uma montagem com fotos de Trump e o ex-presidente brasileiro. “A história se repete. Se não podem vencer, tentam matar. Trump irá voltar“, escreveu.

Jair é inelegível pelo TSE até 2030 por atacar o sistema eleitoral. Atualmente, ele é alvo de um inquérito sobre falsificação de certificados de vacina contra COVID-19, a venda ilegal de joias recebidas de governos estrangeiros e os crimes de tentativa de golpe de Estado às vésperas das eleições de 2022.

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