golpe de estado

Após virar réu, Bolsonaro diz que acusações de golpe são ‘infundadas’

O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe no 8 de janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe no 8 de janeiro – Crédito: Valter Campanato / Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe, após a Primeira Turma da Corte aceitar, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação envolve também sete aliados próximos, formando o que foi chamado de “núcleo crucial” da trama golpista. Bolsonaro, em resposta, afirmou que as acusações são infundadas e que colaborou com a transição de governo para Luiz Inácio Lula da Silva.

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Bolsonaro declarou que, durante seu mandato, pediu a desmobilização de movimentos que solicitavam intervenção militar e que facilitou a transição governamental. Ele também destacou que manifestações pacíficas eram permitidas, mas sem invasões ou destruição de patrimônio. Contudo, a PGR aponta que ele não agiu para desmantelar acampamentos golpistas em frente aos quartéis do Exército.

Quais são as alegações da PGR?

A Procuradoria-Geral da República acusa Bolsonaro de não ter tomado medidas efetivas para desmobilizar os acampamentos golpistas e de ter mantido reuniões com assessores e militares para planejar um golpe de Estado. Durante o período de transição, Bolsonaro teria se encontrado com José Múcio Monteiro, escolhido por Lula para o Ministério da Defesa, para discutir apoio à transição.

Além disso, um documento conhecido como “minuta do golpe” foi encontrado nas investigações, prevendo a intervenção das Forças Armadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro negou ter assinado o documento e afirmou que não houve atos preparatórios para tal intervenção.

Quem são os outros réus?

Além de Bolsonaro, outros sete aliados foram tornados réus no processo. São eles:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

Esses indivíduos são considerados parte do “núcleo crucial” da tentativa de ruptura democrática, segundo a PGR.

O que esperar do processo?

Com a aceitação da denúncia, os acusados agora enfrentam um processo penal que pode resultar em condenações e penas de prisão. Ainda não há uma data definida para o julgamento, mas a expectativa é que ocorra ainda este ano, para evitar influências no processo eleitoral de 2026.

Bolsonaro, por sua vez, continua a levantar suspeitas sobre a integridade das urnas eletrônicas, apesar de tais alegações já terem sido desmentidas. Ele também expressou desconfiança em relação ao programador das urnas, mas afirmou confiar na máquina em si.

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Qual o impacto político?

O caso tem potencial para influenciar o cenário político brasileiro, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. A continuidade do processo e suas possíveis consequências podem afetar a imagem de Bolsonaro e seus aliados, além de influenciar a dinâmica política entre os partidos e a percepção pública sobre a integridade das instituições democráticas no Brasil.

Leia também: Bolsonaro critica julgamento no STF: “tentativa de eliminar a oposição por via judicial”

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