Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito para a presidência da Câmara dos Deputados após receber o apoio de um bloco de 20 partidos. O grupo parlamentar conta com o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, PSDB, Cidadania, Podemos, PSC, PDT, PSB, Avante, Solidariedade, Pros, Patriota e PTB, PV e PCdoB.
Por 464 votos, a Câmara formou maioria em número recorde em favor do veterano da Casa em uma votação que cumpriu com as expectativas sobre o resultado depois do apoio da grande maioria dos partidos ao congressista. Em 2021, Lira subiu à Mesa Diretora depois de receber apoio de Bolsonaro e, desta vez, recebe o apoio também do presidente Lula, especialmente depois das articulações para a aprovação da PEC da Transição.
Em seu discurso de posse, Lira declarou que o resultado “é a demonstração concreta que na boa política é possível divergir, debater, mas ao final, construir consensos, decidir e atuar sempre em prol do Brasil.”
O parlamentar também criticou os ataques do dia 08 de janeiro aos prédios dos Três Poderes. “Neste Brasil não há mais espaço para aqueles que atentam contra os poderes que simbolizam a nossa democracia. […] Para aqueles que depredaram, vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro haverá, sim, o vigor da lei.”
Em seguida, reforçou a importância do legislativo, judiciário e executivo. “Hoje, assistimos eleições nas duas casas legislativas federais e a reabertura dos trabalhos do judiciário, junto com o executivo já em funcionamento. O dia de hoje é prova do funcionamento pleno da nossa democracia.”
Durante toda a fala ele defendeu a permanência da democracia e a harmonia entre os poderes. “Não devemos mais tolerar que presidentes, parlamentares, ministros, dirigentes políticos, ou qualquer cidadão sejam ameaçados nem física, nem virtualmente por radicais, seja qual for a sua vertente ideológica, apenas por divergência de opinião”, declarou.
“É hora de desinflamar o Brasil, destensionar as relações e os poderes da República, pilares da nossa democracia, devem dar o exemplo. É hora de ver cada um no seu quadrado constitucional, para voltarmos a ver poderes articulando, interagindo com a clareza exata de onde termina o espaço de um e onde começa o espaço do outro“, ressaltou.
Lira volta à presidência pelos próximos dois anos, atingindo o período máximo de permanência no cargo. Ele concorreu ao lado de Chico Alencar (PSOL – RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS), que receberam, respectivamente, 21 e 19 votos.
Van Hattem anunciou a candidatura apenas um dia antes da disputa, que até então contava apenas com Alencar e Lira. Os oponentes do presidente reeleito da Câmara foram consideradas simbólicas, como forma de sinalizar presença na Câmara, especialmente após o anúncio de amplo apoio a Arthur Lira.
*Reportagem atualizada às 20h07 do dia 01 de fevereiro para adição de informações
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